Assembleia geral da PT adiada por dez dias

Accionistas de referência uniram-se para pedir adiamento.

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José Mello Franco, presidente da PT, no encontro desta segunda-feira Nuno Ferreira Santos
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A assembleia geral da PT SGPS, que estava agendada para esta segunda-feira, foi adiada por dez dias, mantendo o suspense sobre a venda da PT Portugal à Altice até 22 de Janeiro. A decisão foi tomada por 90,3% do capital representado na reunião, depois de os accionistas de referência terem proposto o adiamento.

Fica assim agendada para 22 de Janeiro a nova assembleia geral da holding, embora se mantenha a ordem de trabalhos que estava prevista para a reunião desta segunda-feira.

Os accionistas de referência da PT SGPS uniram-se para pedir o adiamento da assembleia geral. A proposta conjunta, que visava o adiamento da reunião para 22 de Janeiro, partiu do Novo Banco, Nivalis (Ongoing), Telemar, Controlinveste e Visabeira. 

Rafael Mora, da Ongoing., explicou aos jornalistas que a proposta ia no sentido do adiamento para 22 de Janeiro, mas que a ordem de trabalhos se manteria. Ou seja, votar a venda da PT Portugal. Segundo o representante da Ongoing, o adiamento visava divulgar toda a informação que o regulador da bolsa, a Comissão do Mercardo de Valores Mobiliários (CMVM), entende necessária. 

"O objectivo é ter mais tempo para publicar informação. Nós achámos que tínhamos sido esclarecedores, mas se a CMVM entende que não, nós cumprimos", disse o gestor.

Em causa estão pareceres jurídicos sobre as consequências da anulação do negócio com a Oi, confirmou Mora. "Incluindo pareceres negativos. Só se fala nos positivos, mas também há negativos", frisou.

Sobre o comunicado da Oi relativo ao apuramento de responsabilidades de Zeinal Bava no financiamento à Rioforte, Rafael Mora comentou: "Acho bem", acrescentando que "já foi feita uma auditoria e foi bastante esclarecedora, mas se alguém ainda precisa de mais clarificação...".

Desde sexta-feira que a administração da PT diz estar a procurar uma solução para ultrapassar a crise que se gerou em torno da assembleia geral destinada a vender a PT Portugal à Altice, perante as acusações da CMVM e do presidente da mesa da assembleia geral de que a empresa está a ocultar informação do mercado. Até agora, a empresa não divulgou informação adicional.

Mais informações
O conselho de administração da PT SGPS revelou no final da manhã desta segunda-feira que enviou no sábado à CMVM “um projecto de comunicado ao mercado”, que ainda não tem data de divulgação. Trata-se de um documento que contém "informação complementar de suporte à proposta e elementos preparatórios facultados aos senhores accionistas para efeitos da assembleia geral”, diz a PT SGPS, acrescentando que “o comunicado será divulgado ao mercado ainda esta semana, na sequência dos contactos em curso com a CMVM”.

As acções da PT SGPS estão suspensas desde a sexta-feira passada, com a CMVM a exigir que a administração liderada por João Mello Franco revele mais informação sobre a venda da PT Portugal, entre ela a possibilidade de reversão do negócio com a Oi e as consequências financeiras e jurídicas de um processo dessa natureza.

Desde sexta-feira, perante a pressão do regulador do mercado de capitais e do próprio presidente da mesa da assembleia geral da PT, António Menezes Cordeiro, para adiar o encontro de accionistas por não ter sido divulgada informação ao mercado, a administração da PT tem tentado ultrapassar esta crise, sem que tenha havido novidades.

Hoje, à beira da reunião de accionistas, a PT SGPS informa que chegou um projecto de comunicado à CMVM, mas sem data definida de divulgação. “O conselho de administração reitera que, no seu entendimento, facultou todos os elementos preparatórios previstos no artigo 289º do Código das Sociedades Comerciais”, diz ainda a PT SGPS, acrescentando que “a decisão de aprovação ou não aprovação da proposta de alienação da PT Portugal pela Oi compete exclusivamente” aos accionistas.

“Contudo, atendendo aos desenvolvimentos recentes, o conselho de administração compreende que os senhores accionistas possam vir a considerar mais adequado suspender a sessão, pelo tempo que considerem apropriado dentro do respeito pelo interesse social da PT SGPS e da sua participada Oi”, finaliza a holding.

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