Derrapagem nos pagamentos das empresas públicas continua

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O concurso da Metro do Porto foi ganho pela Transdev Paulo Pimenta

As empresas públicas chegaram a Setembro com um prazo médio de pagamento de 68 dias, o que representa uma nova derrapagem num indicador que parecia ter começado a entrar nos eixos em 2013. Desde Junho do ano passado que a demora do Sector Empresarial do Estado em saldar contas com os fornecedores está a subir, depois de ter atingido um mínimo de 44 dias nesse mês.

A lista das empresas com maior atraso é liderada, a uma distância larga das restantes, pela CP, com 345 dias. Seguem-se a Parque Expo (192) e a Metro do Porto (150), que durante muito tempo ocupou o primeiro lugar por causa de uma dívida de 15 milhões ao consórcio Normetro, que foi escolhido no final dos anos 90 para construir e explorar a rede da transportadora pública, cujo pagamento o Ministério das Finanças demorou cinco anos a aprovar. No pólo oposto estão a Entidade Nacional para o Mercado de Combustíveis (12 dias), a Metro de Lisboa (13) e a Lusa (16).

Mas os atrasos do Estado junto dos fornecedores tornam-se ainda mais evidentes, quando se inclui nestas contas dos hospitais públicos, elevando os prazos médios de pagamento para 170 dias. Ainda assim, deu-se uma ligeira recuperação face ao segundo trimestre de 2014, altura em que se fixou em 175.

Analisando apenas as entidades do sector da saúde, os dados da Direcção-Geral do Tesouro e Finanças mostram que há 12 hospitais que estão a pagar com uma demora superior a 300 dias. Os casos mais críticos são protagonizados pelo Centro Hospital de Setúbal (com um prazo médio de pagamento de 778 dias), pelo Centro Hospitalar Baixo Vouga (666) e pelo Centro Hospitalar Médio Tejo (595).

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