Pires de Lima recusa suspender privatização da TAP para travar greve

Ministério da Economia fará declaração sobre exigências dos sindicatos nesta terça-feira ao meio-dia.

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Pires de Lima, ministro da Economia. Rui Gaudêncio

O ministro da Economia, Pires de Lima, reitera que não vai recuar na privatização da TAP para travar a greve prevista para os dias 27 a 30 de Dezembro, recusando um dos pontos do memorando entregue na segunda-feira ao Governo pela plataforma de sindicatos que representam dos trabalhadores da transportadora aérea.

O Ministério da Economia confirmou, em comunicado, que recebeu o memorando relativo à reunião da passada sexta-feira e já lhe deu resposta.

Contudo, o documento "contém um primeiro ponto, entre outros, que não é passível de aceitação pelo Governo, por não cumprir a condição prévia da não suspensão do processo de privatização, comunicada pelo Governo na reunião de sexta-feira e não contestada pela plataforma sindical", refere um comunicado da tutela de Pires de Lima.

O Ministério da Economia anunciou que fará uma declaração sobre o tema esta terça-feira, às 12h.

Caso os sindicatos mantenham a intenção de fazer uma greve geral entre o Natal e o Ano Novo, uma das hipóteses que o Governo tem em cima da mesa é fazer uma requisição civil dos trabalhadores da TAP, para reduzir os constrangimentos criados pela greve. Porém, ainda não há qualquer decisão tomada.

A ameaça de greve nos dias 27, 28, 29 e 30 deste mês já levou cinco mil passageiros a pedir o reembolso ou a mudarem a data de viagem.

O conteúdo do memorando elaborado pela plataforma de 12 sindicatos (que junta pilotos, tripulantes, técnicos de manutenção e operadores de handling) ainda não é conhecido. Um comunicado enviado às redacções ao início da noite de segunda-feira referia apenas que “na sequência da proposta do Governo para a criação de um grupo de trabalho, a plataforma de sindicatos apresentou ao Governo um memorando visando a suspensão do processo de reprivatização e da greve convocada para os dias 27 a 30 de Dezembro do corrente ano".

O ministro tem deixado claro, nos últimos dias, que a privatização da transportadora aérea nacional é para manter e ainda ontem referiu que a venda “é uma coisa boa para a TAP e principalmente para Portugal”.

O processo de privatização da TAP foi aprovado a 13 de Novembro e prevê, numa primeira fase, a alienação de 66% do capital da empresa, mas a intenção é que o Estado saia totalmente da empresa no médio prazo, com a venda dos restantes 34% nos dois anos a seguir à assinatura do contrato de alienação.

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