Portas e Pires de Lima encontram-se esta terça-feira com os principais empresários mexicanos

Carlos Slim, Olegario Vásquez ou Roberto Alcántara são alguns dos empresários que participam hoje num jantar restrito com os membros do Governo que lideram a delegação empresarial portuguesa ao México.

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Rui Gaudêncio

O vice-primeiro-ministro Paulo Portas e o ministro da Economia António Pires de Lima vão reunir-se esta terça-feira com alguns dos mais importantes empresários mexicanos, de sectores variados como as telecomunicações, os transportes e a saúde. No programa desta visita oficial ao México (que se iniciou na segunda-feira e em que participam quase 50 empresas portuguesas) está a primeira Reunião Económica de Alto Nível Portugal-México, que Paulo Portas destacou como sendo "um up-grade" nas relações bilaterais entre os dois países, e também um jantar mais restrito com potenciais investidores.

Entre eles estão Carlos Slim, dono do grupo de telecomunicações Telmex e ex-accionista da PT, e Olegario Vásquez, dono do grupo Ángeles, que recentemente saiu derrotado na compra da Espírito Santo Saúde. Roberto Alcántara, líder da transportadora aérea low-cost Viva Aerobus e do Grupo IAMSA, que controla algumas das principais redes de transportes do México, também está na lista de convidados.

António Pires de Lima reconheceu, em declarações à Lusa, “o interesse crescente” de empresas internacionais, entre elas mexicanas, na possível privatização da TAP, e nas concessões de transportes nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto, bem como em muitos sectores da economia privada portuguesa”.

As telecomunicações poderão ser um dos temas da agenda. Questionado pelos jornalistas sobre um eventual interesse de empresas mexicanas na compra da PT Portugal, o ministro da Economia admitiu que vão existir “contactos de alto nível”, mas salvaguardou que a sua missão não é fazer “negócios privados”. “Abrimos portas do ponto de vista político e damos a conhecer o nosso país, ajudamos a que outros tenham apetite, mas não no substituímos nunca àquele que é o papel dos empresários", disse António Pires de Lima.

Apesar de a Oi ainda não ter anunciado que quer vender a PT Portugal, já reconheceu que recebeu várias demonstrações de interesse pelos negócios de telecomunicações portugueses. Além do fundo francês Altice, outros fundos como a APAX têm sido apontados como estando atentos à venda da PT Portugal. O tema poderá surgir no encontro com Slim, tendo em conta que o empresário teve uma ligação antiga à Portugal Telecom, de que chegou a ser accionista de referência na altura da OPA da Sonaecom, que ajudou a derrotar.

Quanto a Olegario Vásquez, que lidera a Ángeles Servicios de Salud, foi o primeiro a avançar com uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre a Espírito Santo Saúde, dona de unidades como o Hospital da Luz. No entanto, perdeu a guerra de preços, ganha pelos chineses da Fosun (através da Fidelidade). Os mexicanos acabaram por sair a ganhar dinheiro com a operação, através da venda com mais-valia dos títulos que tinham entretanto adquirido (7% do capital da ES Saúde) e deu a entender que se mantinham interessados em investir em Portugal.

O primeiro dia da visita oficial ficou marcado pelos investimentos da Mota-Engil no México (a empresa assegurou um contrato de 1500 milhões de euros para construir um empreendimento turístico no México) e encontros com alguns responsáveis políticos.

Paulo Portas sublinhou que Portugal pode "exportar mais para o México” e aconselhou as empresas portuguesas a escolherem os parceiros certos."Quando chegarem aqui procurem escolher as parcerias certas e saibam partilhar. Desejo acima de tudo bons negócios", disse o vice-primeiro-ministro, citado pela Lusa, na segunda-feira à noite aos representantes das mais de 50 empresas portuguesas que integram a delegação portuguesa. Entre elas estão representadas a We Do Technologies, a JP Sá Couto, a Efacec, Grupo Lena. Simoldes, Dexprom, EDP e BPI.

 

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