Governo dividido sobre privatização da TAP

Mesmo dentro do PSD e do CDS há diferentes visões sobre o relançamento da venda da companhia.

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Ministro da Economia garantiu, em Setembro, que a decisão seria tomada "nas próximas semanas" Rui Gaudêncio

Continua sem haver decisão tomada sobre o relançamento da venda da TAP, forçado pela rejeição da oferta feita por Gérman Efromovich em 2012. Dentro do Governo, há diferentes perspectivas sobre esta privatização. O tema não divide apenas os partidos que sustentam a coligação, mas também está a gerar divisões dentro do PSD e do CDS. Há quem defenda que se deve avançar já com o processo e quem queira agir com maior prudência. Há posições que defendem uma alienação de 100% do capital e outras que não querem ir além dos 49%.

A indecisão está a causar mal-estar junto dos quatro investidores interessados: o consórcio formado pelo empresário português Miguel Pais do Amaral, pelo ex-dono e presidente da Continental Airlines, Frank Lorenzo, e o grupo nacional Barraqueiro; a Globalia, através da Air Europa; a companhia brasileira Azul; e o eterno candidato Efromovich.

Estes potenciais compradores terão já dado garantias de que vão concorrer à compra da transportadora aérea, embora essa intenção só possa realmente confirmar-se quando avançarem com uma proposta vinculativa. Sentem, porém, que o Governo já deveria ter tomado uma decisão, até pelo tempo e dinheiro que já dedicaram ao dossier.

Mas o ambiente também não é de feição dentro do próprio Governo, já que há quem veja muitas consequências negativas neste impasse, a começar para a própria TAP.

A intenção era tomar uma decisão rapidamente, tendo-se desenhado como limite meados de Outubro, mas parece difícil que o objectivo seja cumprido. É consensual que a decisão tem de ser tomada o quanto antes para não prolongar mais os riscos. Até porque o ministro da Economia se tinha comprometido, a 10 de Setembro, a relançar a privatização “nas próximas semanas”.

As negociações em redor do Orçamento do Estado para 2015, especialmente as que dizem respeito aos impostos, vieram retirar prioridade ao tema da TAP. O que é certo é que, mesmo sem venda, a necessidade de capitalização da companhia terá de ser resolvida. 

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