OCDE espera forte crescimento nos Estados Unidos em 2015

Aumento da procura interna e reforço do investimento estão na base do quadro optimista traçado pela organização.

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Angel Gurría, secretário geral da OCDE PÚBLICO/Arquivo

A economia norte-americana deverá conhecer um forte crescimento no próximo ano, em parte devido a um aumento da procura interna e um reforço do investimento empresarial, defendeu esta sexta-feira a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE).

A economia norte-americana deverá conhecer um forte crescimento no próximo ano, em parte devido a um aumento da procura interna e um reforço do investimento empresarial, defendeu esta sexta-feira a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE).

Num estudo de prospectiva sobre a evolução da maior economia do mundo, a organização liderada por Angel Gurria, avança previsões de crescimento económico bem mais positivas do que as das restantes organizações internacionais.

O Economic Survey of the United States sustenta que o produto interno bruto (PIB) norte-americano deverá crescer este ano na ordem dos 2,5%, um pouco abaixo da previsão que tinha avançado anteriormente. Mas para 2015, a OCDE aposta num crescimento de 3,5%, o que constituirá o melhor registo desde 2004.

Este desempenho será alavancado, afirma a organização, numa recuperação sustentada da procura interna, que é responsável por cerca de dois terços do PIB norte-americano. Mas a manutenção de baixos preços da energia e uma redução dos custos do crédito irão contribuir para um aumento das margens das empresas e para um reforço dos níveis de investimento. A OCDE estima que, no próximo ano, o investimento empresarial registará um crescimento de 10% face ao ano em curso.

“Os Estados Unidos são, actualmente, o ponto mais brilhante no universo da recuperação económica”, defendeu ontem, em Washington, na apresentação do Survey, Angel Gurria. O secretário-geral da organização assinalou, todavia, que esta é uma retoma que foi construída internamente, nomeadamente, através da aposta na dinamização da despesa pública e da aposta em novas infraestruturas.

Mas num quadro cheio de potencial, a OCDE detecta, igualmente, algumas fragilidades e aponta riscos que podem pôr em causa as previsões avançadas. A organização chama a atenção para o facto de recuperação do mercado de trabalho continuar a ser muito lenta, com muitos norte-americanos a desistirem de procurar trabalho.

A relativa fraqueza do mercado imobiliário e a turbulência nos mercados financeiros são outros dos riscos assinalados pela Organização, que lembra, igualmente, a possibilidade de um declínio dos níveis de produtividade interna. A estagnação dos salários é outros dos riscos assinalados, num quadro que contribuiu para um aumento das desigualdades internas.

A OCDE recomenda, por isso, um aumento do salário mínimo e, ao mesmo tempo, um corte no imposto aplicado às empresas (39,1%). Esta mudança aumentaria, na perspectiva da organização, a base de colecta e desincentivaria a empresas de apresentarem lucros noutros países.
 

   

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