Tráfego nos aeroportos nacionais deverá crescer 4% este ano

ANA registou acréscimo de 5% no número de passageiros em 2013, impulsionado pelas companhias low cost.

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Companhias de baixo custo, como a Easyjet, suportaram aumento do tráfego PÚBLICO/Arquivo

Depois de um aumento de 1,5 milhões de passageiros em 2013, a ANA espera para este ano uma subida de 4% no tráfego dos aeroportos nacionais, que são desde Setembro detidos pelo grupo francês Vinci. O acréscimo está a ser suportado essencialmente pelas companhias low cost.

Jorge Ponce de Leão, presidente da gestora aeroportuária (que o Estado vendeu por mais de 3000 milhões de euros, incluindo a concessão dos aeroportos nacionais por 50 anos), adiantou nesta quarta-feira, em conferência de imprensa, que “o crescimento global para 2014 deverá rondar os 4%”, o que considerou ser “um valor sustentável”.

Caso a expectativa se confirme, significará que o tráfego vai ultrapassar a barreira dos 33 milhões este ano, já que em 2013 se fixou em 32 milhões, após uma subida de 5%. O responsável acredita, no entanto, que a meta para 2014 poderá ser superada, embora tal dependa de factores “alheios” à gestão da ANA, como o aumento de capacidade das companhias de aviação.

No ano passado, o aumento do tráfego nos aeroportos nacionais foi suportado essencialmente pelas low cost, já que, da subida absoluta de 1,5 milhões passageiros, 928 mil dizem respeito a estas companhias, sobretudo à Easyjet e à Ryanair, que têm, respectivamente, uma quota de 13,4 e 12,5% em Portugal.

Da rede gerida pela ANA, a maior subida foi protagonizada pelo aeroporto da Madeira, com um crescimento de 7,1% para 2,5 milhões de passageiros. Mas, em termos absolutos, o destaque vai para Lisboa, com um aumento de 700 mil, já que este aeroporto pesa 50% no total do tráfego, já que movimentou em 2013 16 milhões de passageiros.

O ano passado foi marcado, uma vez mais, pela estagnação do número de passageiros que saem de Portugal, ao mesmo tempo que alguns mercados emissores, como o Reino Unido, deram sinais de abrandamento. No entanto, conseguiu-se capturar tráfego de mercados alternativos e, de acordo com Ponce Leão, a retracção na procura interna foi compensada, em parte, por um maior fluxo de emigrantes portugueses.

O presidente da ANA fez questão de abordar o tema das taxas aeroportuárias durante a conferência desta quarta-feira, pelo facto de a gestora aeroportuária ter sido criticada pelos aumentos aplicados a partir de meados do ano passado, fruto do novo modelo regulatório e do contrato de concessão com a Vinci.

“Este modelo significa que o aumento do tráfego deve ser acompanhado de um aumento das taxas, assim como um decréscimo do número de passageiros implicará uma redução das taxas”, referiu Ponce de Leão, acrescentando que “o crescimento gera a necessidade de aumento de capacidade”, que tem de ser assegurado com receitas.

De acordo com a apresentação feita pela ANA, as taxas aplicadas no aeroporto de Lisboa estão 23% abaixo da média global dos 14 aeroportos europeus que seleccionou por serem comparáveis à infra-estrutura da capital. A empresa referiu ainda que, nos últimos cinco anos, a taxa média aplicada por passageiro embarcado num A320 cresceu 5,8%. Uma subida que fica muito aquém do registado, por exemplo,em  Heathrow (39,1%) ou em Madrid (158,8%), embora estes dois aeroportos sejam muito maiores.
 
 

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