BE diz que boletim do Banco de Portugal corrobora “prenúncios negativos” de Gaspar

O Bloco de Esquerda defendeu hoje que o boletim do Banco de Portugal mostra que "não há nenhuma inflexão de rumo", mas a materialização dos "prenúncios negativos" da carta de demissão do ex-ministro das Finanças Vítor Gaspar.

"Não há nenhuma inflexão de rumo, há uma continuidade na mesma política e até há uma materialização daqueles que eram os prenúncios negativos que a carta de Vítor Gaspar já deixava antever. Vemos uma queda brutal do investimento e isso ajuda a explicar porque é que no próximo ano estaremos novamente perto da recessão", afirmou Pedro Filipe Soares.

Falando aos jornalistas no Parlamento, o líder parlamentar bloquista chamou a atenção para "o desastre do desemprego", patente no boletim de verão do BdP, com "uma taxa de destruição de emprego superior a um por cento", ou seja, "250 mil postos de trabalho a ser destruídos".

"É uma brutalidade", declarou.

Pedro Filipe Soares disse que "é certo que há uma alteração nos números previstos para a recessão deste ano, mas, mesmo assim, diz-nos o Banco de Portugal que estas previsões estão indexadas a uma perspectiva de estabilidade".

"As últimas duas semanas demonstraram que, se essa ideia existia, caiu por terra, porque não há nenhuma perspectiva de estabilidade", afirmou.

O Banco de Portugal melhorou hoje as previsões do crescimento para 2013, antecipando uma contracção de 2% e não de 2,3%, mas piorou as de 2014, esperando que a economia cresça apenas 0,3% e não 1,1%.

No Boletim Económico de Verão, o BdP continua a esperar uma recessão para este ano, de 2%, mas menos forte do que o estimado em Março, altura em que, tal como as previsões do Governo e da 'troika', apontava para um recuo de 2,3% do Produto Interno Bruto (PIB), reflectindo "uma forte queda da procura interna e um aumento significativo das exportações".

Estes cálculos representam um abrandamento da recessão face a 2012, ano em que a economia portuguesa recuou 3,2%.O BdP espera também que a economia portuguesa destrua mais 4,8% do emprego este ano, depois de uma queda de 4,2% em 2012, e que, no próximo ano, haja uma redução de 1,3% do emprego.

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