Presidente executivo do Banco de Chipre foi demitido

Banco central do país anunciou demissão de Yiannis Kypri a pedido da troika, na sequência do plano de resgate acordado na passada segunda-feira.

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Bancos deverão reabrir quinta-feira, embora ainda com limitações nos levantamentos Nuno Ferreira Santos

O presidente executivo do Banco de Chipre, a maior instituição financeira privada do país que será alvo de reestruturação no âmbito do plano de resgate negociado com a troika, foi demitido nesta quarta-feira pelo banco central do país.

De acordo com a agência noticiosa cipriota CNA, Yiannis Kypri foi demitido a pedido das autoridades externas – a Comissão Europeia e o Fundo Monetário Internacional. A ideia será constituir uma nova equipa de gestão para o Banco de Chipre, depois de também o presidente do conselho de administração e outros quatro administradores do banco ter apresentado a demissão na terça-feira.

Kypris, formado pela London School of Economics, ocupava a presidência executiva da instituição financeira desde Julho de 2012. De acordo com a AFP, a sua demissão foi precipitada por declarações que terá feito sobre a situação do Banco de Chipre, nomeadamente sobre a escolha de um administrador para gerir a reestruturação prevista no resgate do país.

Na terça-feira, o presidente do conselho de administração do banco, Andreas Artemis, tinha pedido a demissão, alegadamente por não concordar com o plano negociado entre o Governo cipriota e a troika. O mesmo aconteceu com outros quatro administradores da instituição financeira. No entanto, o pedido não foi ainda aceite pelo banco central de Chipre, que só deverá pronunciar-se nos próximos dias.

De acordo com o plano de resgate acordado na passada segunda-feira, o Banco de Chipre, maior instituição financeira do país, ficará com os activos “sãos” e os depósitos inferiores a 100 mil euros do Laiki, o segundo maior banco de Chipre.

O Banco de Chipre será depois reestruturado com o objectivo de construir um núcleo duro de capitais próprios de 9% dos activos totais. Quanto ao Laiki, o plano passo por desmantelar a instituição, tendo também sido nomeado um administrador para liderar este processo, que prevê cortes que poderão rondar os 40% nos depósitos superiores a 100 mil euros. A medida vai ser igualmente estendida aos accionistas e detentores de títulos do banco.

Doze dias depois do encerramento forçado dos bancos em Chipre, espera-se agora que as instituições financeiras reabram as portas na quinta-feira. Neste momento, os levantamentos estão limitados a 100 euros por dia, quando inicialmente o tecto máximo era de 260 euros.
 
 

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