Venda em bolsa da REN concluída no início do Verão

Venda em bolsa dos 11% que a Parpública e a CGD detêm na REN marca o fim da presença do Estado na empresa controlada pelos chineses da State Grid e os omanitas da Oman Oil.

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O Estado deverá vender as acções que ainda detém na REN “entre Junho e Julho”, apurou o PÚBLICO junto de fonte ligada ao processo.

O calendário da Oferta Pública de Venda (OPV) ainda não está definido, mas a empresa que gere as redes de transporte de energia deverá apresentar as suas contas do primeiro trimestre durante o mês de Maio e será com esses números que se apresentará a potenciais investidores, adiantou outra fonte.

O advogado da PLMJ Jorge Brito Pereira lidera a equipa jurídica que assessora a REN no processo de reprivatização e confirmou ao PÚBLICO que “já está a trabalhar na operação há um par de meses”, ainda que não haja datas fechadas. “Fomos contratados para fazer a venda aos accionistas estratégicos [State Grid e Oman Oil] e a OPV e portanto esta é a continuação do mandato que tínhamos”, acrescentou Brito Pereira.

A operação será conduzida já por Rui Vilar, que a partir de 3 de Abril (data da assembleia-geral de accionistas da REN) será o novo presidente do conselho de administração e da comissão executiva da empresa, em substituição de Rui Cartaxo, que renunciou aos cargos alegando motivos pessoais.

Dada a dimensão da OPV – a tranche de 11% tem um valor de mercado na ordem dos 167 milhões de euros –, fontes do mercado consideram pouco provável que a Parpública (com 9,9%) e a CGD (com 1,1%) optem pela colocação das acções no mercado norte-americano – que tem custos mais elevados e procedimentos mais complexos – limitando-se o âmbito geográfico da operação à União Europeia.

Com um free float (acções disponíveis para negociação no mercado) de apenas 18,9% a REN tem com esta operação a possibilidade de “fomentar a liquidez” do título, uma das prioridades previstas no decreto-lei da reprivatização, de Novembro de 2011. Após a operação, os chineses da State Grid manter-se-ão como maiores accionistas da empresa com 25% do capital.

O PÚBLICO confirmou que, como noticiado pelo Diário Económico, os assessores financeiros e jurídicos da operação do lado do Estado são a Caixa Banco de Investimento, a Perella e a sociedade de advogados Campos Ferreira, Sá Carneiro & Associados.

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