Rui Vilar substitui Rui Cartaxo na presidência da REN

Rui Vilar vai acumular as funções de presidente do conselho de administração com as de presidente executivo durante uma “fase de transição”, que termina no final do ano.

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Rui Cartaxo está na REN desde 2007 Dário Cruz
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Rui Vilar Daniel Rocha

Tal como o PÚBLICO avançou, Rui Cartaxo vai abandonar a presidência da REN sendo substituído por Rui Vilar, que era, até há pouco, administrador não executivo da empresa.

A REN confirmou nesta quarta-feira, em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), que Rui Cartaxo apresentou “a sua renúncia ao cargo de presidente do conselho de administração e de presidente da comissão executiva”.

“Na sequência da vontade pessoal manifestada” por Rui Cartaxo, os accionistas State Grid, Mazoon BV (sociedade detida pela Oman Oil), EGF – GCF, Gestmin e Oliren comunicaram à REN, nesta quarta-feira, “a sua decisão de submeter” à próxima assembleia geral de accionistas a proposta de que Rui Vilar “seja eleito presidente do conselho de administração da REN até ao final do mandato 2012-2014 em curso”.

Propõem ainda que Rui Vilar exerça também as funções de presidente da comissão executiva, “sujeito a deliberação do conselho de administração da sociedade a ter lugar logo após a próxima assembleia geral anual e durante uma fase de transição”. A assembleia-geral da REN realizar-se-á no dia 3 de Abril.

Esta fase de transição deverá permitir “nomear atempadamente um novo presidente da comissão executiva da empresa, cujo perfil contribua para a continuação de uma gestão executiva de excelência”, esclarecem os accionistas.

O comunicado informa que Rui Vilar apresentou a sua carta de renúncia às funções de vogal da comissão de auditoria da REN e que Aníbal Durães, administrador nomeado pela Parpública, deverá ocupar o seu lugar neste órgão social.

Os accionistas propõem também que Luis Amado da Silva seja eleito administrador da REN até ao final do mandato em curso, continuando o conselho de administração a integrar 15 membros.

“Tal como o mercado, também eu fiquei surpreendido com a decisão do Dr. Rui Cartaxo”, disse ao PÚBLICO Rui Vilar, confessando-se “honrado com o convite” que lhe foi dirigido pelos accionistas maioritários da REN.

Dizendo ser necessário “prestar homenagem” ao trabalho de Rui Cartaxo “num período de condições economico-financeiras adversas”, Rui Vilar diz que “sobre estratégia” só falará quando assumir a liderança da empresa.

"As contas foram aprovadas na reunião do conselho de administração de hoje, na segunda-feira serão apresentadas ao mercado pelo Dr. Rui Cartaxo e até dia 3 de Abril será ele o presidente da empresa", disse.

Rui Vilar é membro do conselho de administração da Partex Oil and Gas (empresa petrolífera detida pela Fundação Calouste Gulbenkian) e ex-presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD) e da Galp. É presidente da comissão de auditoria do Banco de Portugal e desempenha ainda funções como consultor da sociedade de advogados PLMJ (especializado nas áreas de Corporate Governance, Investimento Estrangeiro e Projectos Internacionais), que é assessora jurídica da REN há vários anos.

Já Rui Cartaxo transitou do conselho de administração da Galp para o da REN em 2007, indicado pelo accionista Estado. Assumiu a liderança da empresa em 2009, substituindo José Penedos, que foi suspenso das suas funções na sequência do processo Face Oculta.

Numa declaração enviada às redacções por email, Rui Cartaxo sublinha ter sido “uma honra” ter liderado a REN durante “sete anos muito gratificantes” e ajudado a transformar a empresa numa das “mais eficientes utilities europeias de transporte de energia”.

Referindo ter sido uma “decisão pessoal” a de renunciar à liderança da empresa, Cartaxo agradece ainda aos accionistas, dos quais diz ter sentido “todo o apoio”.

A REN, que apresenta os resultados de 2013 na próxima segunda-feira, depois do fecho do mercado, tem os chineses da State Grid como maiores accionistas (25%). Seguem-se a Oman Oil (15%), a Parpública (9,9%), a EGF (8,4%), a Gestmin (5,9%), a EDP, Red Eléctrica e Oliren (cada uma com 5%) e a CGD (1,1%).

O Estado deverá vender este ano a posição de 11% que ainda detém na empresa, avaliada em cerca de 167 milhões de euros, tomando como referência o número total de acções e a cotação no fecho da sessão bolsista de quarta-feira (2,85 euros).

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