TAP realizou 69% dos voos até ao final da tarde

O sindicato faz a conta ao número de pilotos que não voam e contrapõe que a adesão à greve ronda os 70%.

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A TAP tem programados para hoje cerca de 300 voos Daniel Rocha

A adesão dos pilotos à greve na TAP continuou neste sábado próxima dos valores do primeiro dia de paralisação. Até às 17h30, para um total de 254 voos programados, operaram 175 e foram cancelados 79, o que significa que ficaram por realizar 31% das ligações aéreas previstas para o período. Nestes números estão já incluídos os voos que teriam sempre de se realizar, ao abrigo dos serviços mínimos decretados pelo tribunal arbitral, em sede do Conselho Económico e Social (CES).

Os números referem-se ao período que vai da manhã de sábado até às 17h30 e apontam, assim, para a realização de cerca de 70% dos voos programados até àquela hora. A tendência apontava para uma situação muito semelhante à dos valores relativos ao primeiro dia de paralisação, que começou na sexta-feira e, segundo a convocatória, deverá prolongar-se até 10 de Maio.

O balanço mais recente dá, ainda, conta de que operaram 152 aviões da TAP e 23 pela Portugália. Para este sábado estavam programados cerca de 300 voos.

O Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) apresentou números diferentes dos da companhia. Num balanço enviado ao PÚBLICO, actualizado às 13h30, a direcção daquela estrutura afirmava que a adesão pela manhã era “superior a 70%”. A TAP afirmava que, por essa altura, apenas 15% das ligações tinham ficado por realizar.

Os dados da TAP e do sindicato não são directamente comparáveis, porque administração e sindicatos utilizam universos e métodos de análise distintos. O SPAC tem em conta as alterações no planeamento das tripulações e face à programação de voos de um dia normal, medindo o número de pilotos que não vão voar.

A conclusão do sindicato era a de que apenas 29% dos voos se realizaram “com a tripulação inicialmente planeada”. Ao contrário da TAP, o SPAC exclui as ligações abrangidas pelos serviços mínimos e analisa as ligações a partir de Lisboa e Porto programadas, o que reduz a contagem a 56 voos planeados até àquela hora. Destes, contam-se 14 cancelados e 42 efectuados.

O PÚBLICO procurou obter um comentário do director do sindicato, mas a assessoria de imprensa do SPAC disse que Hélder Santinhos não iria prestar declarações.

Para a TAP, o balanço da paralisação era melhor do que o que tinha sido previsto. Fonte oficial da companhia disse ao PÚBLICO que durante este sábado continuaram a apresentar-se tripulações a um nível que não era esperado, em linha com o que tinha acontecido no primeiro dia de greve.

Confrontada com o relato de algumas queixas e dúvidas de passageiros que aguardavam no aeroporto de Lisboa, uma outra porta-voz da TAP reconhecia, ao início da tarde, a dificuldade em “dar resposta imediata” a todos os passageiros que aguardavam junto do balcão de atendimento na Portela (Lisboa). “Pode ter havido algum período em que a informação só foi transmitida mais tarde, em que foi remetida para um novo horário”, concedeu.

O tom de discórdia manteve-se acesso nas declarações que o sindicato, de um lado, e o Governo e a administração, do outro, fizeram durante o primeiro dia de paralisação. Na véspera, as negociações prolongaram-se noite dentro, mas o protesto acabou por se manter de pé. O que levou o ministro da Economia, António Pires de Lima, a acusar o SPAC de agir de forma radical e a rejeitar voltar à mesa das negociações. “Não há mais nada para negociar”, afirmou. com José Manuel Rocha

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