Subida das taxas de juro deve evitar “surpresas ou movimentos excessivos”

Comunicado do G20 diz que por si as políticas monetárias, por si só, "não conseguem suportar um crescimento equilibrado".

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Encontro reuniu ministros das Finanças e governadores de bancos centrais, além de organizações como o FMI, liderado por Lagarde REUTERS/Umit Bektas

O encontro em Ancara dos responsáveis das Finanças e dos bancos centrais das maiores economias do mundo, que terminou este sábado, resultou num comunicado onde se refere que uma subida das taxas de juro, como a que se espera que corra nos EUA este ano, deve evitar “surpresas ou movimentos excessivos”.

Esta foi a melhor forma que o G20 encontrou para fazer face aos receios de países, como o Brasil, que irão ser afectados pelo início da normalização da política monetária dos Estados Unidos. A 17 de Setembro, a presidente da Fed, Janet Yellen, irá revelar se começa desde já a subir as taxas, que estão perto do zero desde 2008, ou se espera mais um pouco. No entanto, o movimento de subida é inevitável. E, com ele, o aumento da volatilidade nos mercados emergentes, com a saída de capitais que procuraram refúgio nestes países.

A questão é que isso acontece num momento de abalo provocado pela desvalorização do yuan e da queda das bolsas chinesas, com receios de abrandamento do gigante asiático e consequente efeito nos seus abastecedores de produtos e matérias-primas. “Com a perspectiva de crescimento económico”, diz o comunicado do G20, citado pela Reuters, a introdução de políticas monetárias mais restritivas “é mais provável em algumas economias desenvolvidas”. “As políticas monetárias vão continuar a suportar a actividade económica”, refere ainda o documento, mas, “por si só, não conseguem suportar um crescimento equilibrado”.

Ou seja, é preciso algo mais, ao nível dos países. Aqui, há quem defenda a continuação de reformas estruturais, como a Alemanha, ou uma maior aposta do lado da procura, estimulando o investimento e o consumo, quando há margem orçamental para tal (como é, aliás, o caso da Alemanha, mas cujo caminho a maior economia do euro não quer seguir). De resto, houve a transmissão de mensagens que tentam promover o optimismo. “O crescimento mundial está aquém das nossas expectativas”, refere-se no comunicado, com os responsáveis reunidos em Ancara a acrescentar desde logo que se comprometem a “tomar medidas para intensificar o crescimento económico”, mostrando-se “confiantes que a recuperação venha a acelerar”. Os líderes económicos também se comprometeram a resistir a “todas as formas de proteccionismo”.

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