Sindicato dos pilotos suspende greve na Air France

Ao fim de 14 dias de greve, companhia aérea pode recuperar a normalidade nos seus voos.

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Air France tem sido afectada com greve desde 15 de Setembro JOEL SAGET/AFP

Apesar do fracasso de mais uma ronda de negociações no Sábado, o principal sindicato dos pilotos de França surpreendeu este Domingo com o anúncio da suspensão da greve na Air France, que durava já há 14 dias, afirmando querer continuar a negociar “num quadro mais sereno”.

Num comunicado emitido este Domingo de manhã, os responsáveis do Sindicato Nacional de Pilotos de Linha (SNPL) afirma que “as condições de diálogo social não estão actualmente reunidas”. “Decidimos assumir as nossas responsabilidades, suspendendo o movimento de greve, (…) e perseguindo as discussões num quadro mais sereno”, afirmam os representantes dos pilotos da Air France.

O desentendimento entre os pilotos e a direcção da Air France, que é apoiada pelo Governo (o Estado detém 16% da empresa e está representado na Administração), está relacionado com a intenção da empresa de criar uma companhia low cost denominada Transavia, oferecendo aos pilotos contratos menos favoráveis do que aqueles que eles têm actualmente com a Air France.

O sindicato quer um contrato único, mas a empresa e o Governo dizem que tal colocaria em causa o sucesso da companhia low cost, que é vista como essencial para garantir o futuro da Air France.

Nos últimos dias, o sindicato pedia também que fosse nomeado um mediador para a negociação, algo que a empresa e o Governo recusam.

A decisão do SNPL de suspender a greve recebeu já este Domingo felicitações do primeiro ministro francês. Manuel Valls destacou a “firmeza do Governo” nas negociações, defendendo que é isso que “permite reafirmar a estratégia de desenvolvimento da empresa”.

A greve na Air France teve inicio no passado dia 15 de Setembro, tendo provocado diversos cancelamentos de voos em todos os países onde a companhia opera. A administração da empresa tem alertado para o impacto muito significativo nas operações e estima um custo diário com a greve próximo dos 20 milhões de euros.

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