Segurança Social reduz posição na PT SGPS

Fundo do Estado tem agora menos de 2% da holding que é accionista da Oi.

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PT investiu em instrumentos de dívida de empresas do universo GES PÚBLICO/Arquivo

O Instituto de Gestão de Fundos de Capitalização da Segurança Social (IGFCSS) deixou de ter uma posição qualificada na PT SGPS, anunciou esta terça-feira a holding liderada por João Mello Franco.

A entidade que gere o Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social (FEFSS) reduziu a sua participação na PT de 2,28% para 1,94%, pondo fim a uma posição qualificada que existia desde 2008.

“Esta alteração resultou da alienação pelo FEFSS de 916.000 acções ordinárias da PT SGPS, no dia 16 de Março de 2015, no mercado regulamentado da Euronext Lisbon”, revelou a PT SGPS, em comunicado.

O FEFSS tem agora 17.477.466 acções da PT SGPS. As acções da holding negoceiam num nível historicamente baixo. Nesta terça-feira fecharam a cair 3,64% para 0,6350 euros. Na segunda-feira, data em que o FEFSS reduziu a sua posição, fecharam a valer 0,6590 euros.

O IGFCSS é accionista da PT desde 2002, quando a Direcção-geral do Tesouro transferiu 1,7% da PT para o FEFFS, o fundo que gere o dinheiro descontado pelos trabalhadores para as suas reformas. Esta participação foi integrada na reserva estratégica do FEFSS destinada a representar interesses estratégicos do Estado, que entretanto vendeu à PT (eram então Manuela Ferreira Leite ministra das Finanças e Carlos Tavares ministro da Economia) a rede fixa de telecomunicações, por 365 milhões de euros, para atingir os objectivos do défice orçamental de 2002.

Em Dezembro de 2008, na sequência de uma operação de redução de capital da PT, a posição do fundo na empresa ultrapassou o limiar dos 2%, o que agora deixou de se verificar.

A PT SGPS - que segundo informações recolhidas pelo PÚBLICO tenciona renegociar os termos de combinação de negócios com a Oi, caso os passos para a conclusão do processo não fiquem concluídos até 31 de Março, como tinha sido acordado pelas duas empresas - comunicou também ao mercado que Paulo Varela renunciou ao cargo de administrador, que desempenhava em representação do accionista Visabeira.

Paulo Varela, que saiu da Visabeira em Outubro do ano passado, manteve-se na administração da PT como representante do grupo liderado por Fernando Nunes, que tem 2,64% do capital da holding. Uma ligação que agora cessa. João Castro, vice-presidente da Visabeira, completará o mandato na administração da PT SGPS. Varela é actualmente consultor da Galp para a área da distribuição internacional de combustíveis.

Outro ex-administrador da PT SGPS e antigo administrador financeiro do BES, Amílcar Morais Pires, veio desmentir esta terça-feira o antigo líder da operadora quanto a responsabilidades pelo investimento da PT na Rioforte. Segundo Morais Pires,  o ex-líder do BES Ricardo Salgado e o antigo presidente da PT Henrique Granadeiro fizeram uma "combinação" para o investimento na Rioforte.

"O que existiu não foi uma proposta seguida de uma aceitação, mas sim uma combinação. E essa combinação foi feita entre o dr. Ricardo Salgado e o dr. Henrique Granadeiro", afirmou Morais Pires numa carta enviada à comissão parlamentar de inquérito à gestão do BES e do Grupo Espírito Santo (GES), citada pela Lusa.

O ex-responsável do BES desmentiu assim Granadeiro, que tinha afirmado aos deputados da comissão de inquérito que a proposta de investimento na Rioforte, 'holding' do GES, tinha vindo de Morais Pires.

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