Saída do euro levaria a mais emprego, mas com salários mais baixos, diz Daniel Bessa

Abandonar a moeda única é “a questão maior” com a qual os portugueses se confrontam, diz o economista. Teria vantagens e inconvenientes, avisa.

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Daniel Bessa alegou motivos pessoais para justificar a renúncia à presidência da Assembleia Municipal do Porto Rui Gaudêncio

O economista e ex-ministro Daniel Bessa afirmou nesta terça-feira que sair do euro “é uma hipótese” se Portugal quiser ser “um país de pessoas pobres”, mas com emprego, e que, com soberania monetária, “nunca faltará dinheiro”.

“Nunca faltará dinheiro a um Estado com soberania monetária (...) porque o Governo fará emitir o necessário” afirmou Daniel Bessa, alertando porém que esse dinheiro pode depois “não valer nada”.

Durante um debate sobre “Funções do Estado”, que decorreu na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, o ex-ministro e director da COTEC Portugal disse ser “evidente que o dinheiro não chega [actualmente em Portugal] para tudo”.

“A questão maior com que os portugueses estão confrontados é a questão de continuar ou não dentro da área do euro”, afirmou.

À margem do debate, Daniel Bessa explicou que “sair do euro é uma hipótese” que “tem vantagens e inconvenientes”.

“Se nós quisermos regressar a um país de mão-de-obra barata e de pessoas pobres, com mais emprego certamente, porque com salários mais baixos há sempre mais emprego, sair do euro é uma solução”, sustentou.

Já se o país não quiser “desistir” e quiser manter um “um nível de vida mais elevado, numa actividade económica e sobretudo numa indústria um pouco mais sofisticada” então deve continuar no euro. “Mas se as coisas correrem mal (...) podemos acabar num deserto”, alertou.

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