Primeiro centro de investigação no Interior nasce até ao final do ano

Plataforma de Inovação da Vinha e do Vinho vai ter seis milhões de euros em quatro anos para acrescentar conhecimento à economia do interior Norte.

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Plataforma de inovação dedicada à vinha e ao vinho terá um orçamento de 1,5 milhões a quatro anos Nelson Garrido

A Plataforma de Inovação da Vinha e do Vinho vai nascer em Vila Real até ao final do ano e deverá ser o primeiro dos três centros de investigação projectados para o interior a ver a luz do dia.

Depois da assinatura, em Agosto, do protocolo de constituição entre o Governo, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDRN) e a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, o Ministério da Educação e Ciência já encetou contactos para a criação da Comissão Científica Internacional que vai orientar os primeiros passos do projecto. Será essa comissão que vai gerir o concurso internacional para recrutar o director da plataforma e que definirá os contornos das primeiras linhas de investigação.

A ambição é grande: criar no Douro uma centro de investigação nas áreas da vinha e do vinho com projecção “mundial”, na expectativa de Emídio Gomes, presidente da CCDRN. Mas se a investigação fundamental não está excluída liminarmente dos seus objectivos, a prioridade será “vocacionar a produção de conhecimento para o mercado”, diz Fontainhas Fernandes, reitor da UTAD. Para cumprir os seus propósitos, a Plataforma terá um financiamento anual garantido de 1,5 milhões de euros por um prazo de quatro anos. Mas o ministro-adjunto e do Desenvolvimento Regional, Miguel Poiares Maduro, explica que esta dotação é apenas uma base: “A Plataforma pode candidatar-se ao financiamento de outros programas para a investigação”, sejam os europeus ou os que são geridos pela Fundação de Ciência e Tecnologia.

A Plataforma vai ser instalada na Regia Douro Park, um parque de ciência e tecnologia lançado pela Câmara de Vila Real, pela UTAD e pela Portuspark, uma entidade de capitais privados que gere uma rede de incubadoras no Norte do país. Em princípio, “não vai ser necessário promover grandes investimentos em equipamentos” para a Plataforma, que poderá dispor de instalações ou de laboratórios já existentes na universidade, nota Fontainhas Fernandes. A grande questão que agora se coloca é a de montar uma equipa capaz de cumprir as ambições do projecto.

Para esse efeito, a Comissão Científica integrada por três especialistas de renome internacional na área da vinha e do vinho vai gerir o concurso internacional para a escolha do director do projecto. Esse concurso “será completamente aberto” e transparente, nota Fontainhas Fernandes. Depois, esse conselho acompanhará os primeiros passos do projecto e intervirá na definição das linhas de investigação e na nomeação de uma equipa que pode ter onze investigadores. Numa segunda fase, será criado um conselho consultivo em que terão lugar autarcas, empresas e outras instituições. Ainda que a Plataforma tenha o vale do Douro como o seu principal laboratório, os serviços que pretende prestar vão ter um alcance nacional.

Para Poiares Maduro, a criação de três centros de excelência nas regiões de convergência (Norte, Centro e Alentejo) justifica-se com a necessidade de “associar o conhecimento ao território e ao tecido empresarial”. Porque “é nos territórios que podemos conquistar a competitividade global”, sublinha. No Douro, será explorada a principal riqueza da região, a vinha e o vinho; no Alentejo o âmbito da instituição liderada pela Universidade de Évora terá como ângulo a Agricultura e Ambiente. No Centro, o protocolo entre a comissão de coordenação regional, o Governo e a Universidade da Beira Interior foi recusado pela reitoria. “Mas a sua assinatura está para breve”, garante Poiares Maduro. 

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