Pequenas e Médias Empresas (PME) perderam 80 milhões de euros em cinco anos

Entre Janeiro de 2005 e Dezembro de 2009, a facturação e o volume de transacções comerciais das PME diminuiu, originando uma perda de 80 milhões de euros. Só o Estado deve três milhões.

“Entre Janeiro de 2005 e Dezembro de 2009 perderam 80 milhões de euros na sua facturação ou transacções comerciais”, afirma Fernando Augusto Morais, presidente da Associação Nacional das PME (ANPME), em declarações na edição de hoje do Diário Económico (DE).

De acordo com dados da ANPME, em 2005 o volume de negócios estava nos 250 milhões de euros, valor que desceu até aos 170 milhões registados em 2009.

As dificuldades económicas e a falta de competitividade são alguns dos factores que têm ditado o fecho de algumas empresas, o que consequentemente origina uma descida do número de postos de trabalho.

Em 2005, existiam em Portugal 479,616 PME, valor que tem vindo a diminuir ao longo dos últimos cinco anos, situando-se agora nos 265 mil empresas, segundo dados do Eurostat. Assim sendo, cerca de 244 mil empresas fecharam portas desde 2005 até agora, o que no total significa que se perderam 350 mil empregos.
Augusto Morais disse ao DE que, actualmente, as PME empregam dois milhões de trabalhadores, numa população activa de 5,2 milhões de pessoas. Em média, por empresa trabalham 8,5 trabalhadores, valor relativamente próximo à média europeia, 9,5 trabalhadores.

Estado é exemplo de “mau pagador”

“O Estado continua a dar exemplos de mau pagador. Atrasa pagamentos correntes às PME, a quem, neste momento, já deve três milhões de euros”, adiantou ao DE o presidente da ANPME.

Segundo Augusto Morais, esta dívida por parte do Estado contribui para agravar “a conjuntura de crise, provocando o encerramento de muitas empresas”.

A ANPME refere ainda que o pagamento do IVA por emissão de factura e "não pela via correcta da verificação do fluxo de cobrança, é um autêntico escândalo". Augusto Morais acusa o Estado de querer receber mesmo antes de a empresa “receber do cliente”, pois muitas das vezes a empresa, “sem ter recebido o valor da mercadoria mais o IVA”, já tem pago ao Estado, isto porque em termos legais “a isso é obrigado, 21 por cento por transacção”, cita o DE.

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