Pemex, accionista da Repsol, assume interesse em exploração de petróleo na Argentina

Negociações avançam mais de um ano depois da nacionalização da companhia YPF, controlada pela Repsol até 2012.

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O Estado argentino assumiu o controlo de 51% do capital da YPF em 2012 YPF/AFP

A petrolífera mexicana Pemex, accionista da espanhola Repsol, admite negociar com o grupo estatal YPF para explorar uma unidade de hidrocarbonetos na Argentina. Uma posição que acontece pouco mais de um ano depois de o Governo argentino ter nacionalizado a YPF, que era então uma filial da Repsol.

O interesse em entrar na exploração de Vaca Muerta, no Sul do país, e descoberta em 2010, foi demonstrado por um conselheiro independente da Pemex, Mario Gabriel Budebo, durante uma conferência, em Buenos Aires, sobre petróleo e gás.

A empresa pensa vir a fazê-lo no médio prazo – em 2018, diz o diário El País –, mas as negociações já começaram. Segundo o mesmo jornal, o presidente da YPF referiu ainda esta semana à agência Bloomberg que tem mantido “muitas reuniões de negócios nos últimos meses” com o responsável da Pemex, Emilio Lozoya.

As negociações decorrem enquanto, nos tribunais, a YPF e a Repsol – onde a Pemex tem uma participação de 9,3%, sendo a terceira maior accionista – estão em processo de litígio por causa da nacionalização daquela petrolífera argentina.

A expropriação da YPF gerou tensão diplomática entre Espanha e a Argentina, o que não impediu que, ao fim de 13 anos de ter sido privatizada, a companhia petrolífera voltasse para as mãos do Estado argentino, que assumiu o controlo de 51% do capital da empresa.

A expropriação, justificada pelo Governo argentino liderado Cristina Kirchner com a necessidade de defender e garantir a sustentabilidade da produção nacional, levou ainda a Repsol a avançar com um processo contra duas petrolíferas que negociaram entretanto com a YPF a exploração de Vaca Muerta.
 

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