Miguel Pais do Amaral vendeu à Prisa a posição de 10% na Media Capital. O empresário deixa de ter qualquer acção na empresa, mas mantém o lugar de presidente não executivo do conselho de administração da dona da TVI, fez saber a Media Capital nesta terça-feira.

A espanhola Prisa, que já controlava o capital do grupo através da Vertix, fica assim com uma participação de 94,69% na Media Capital. Os restantes 5,05% pertencem à Caixa de Aforros de Vigo, Ourense e Pontevedra. O valor do negócio não foi divulgado.

Pais do Amaral saiu da Media Capital em 2005 e regressou à empresa em 2011 como accionista minoritário, através da PortQuay. Nessa altura, comprou por quase 35 milhões de euros 10% do capital à Prisa, a quem agora vende uma participação idêntica.

O acordo celebrado na altura previa uma opção de compra de mais 19,69% que teria de ser concretizada no prazo de um ano, o que não se veio a concretizar. Salvaguardado estava o direito de o grupo espanhol voltar a adquirir os 10% então alienados caso Pais do Amaral não exercesse a opção de compra.

A ligação do investidor ao grupo que detém a TVI levou a Media Capital a querer manter agora o empresário como chairman. Isso mesmo é referido num comunicado onde é reiterada a confiança no empresário e reconhecido o “contributo e o valor” de Pais do Amaral na criação e na história do grupo.

No mesmo comunicado, a administradora delegada Rosa Cullell afirma que, “perante os novos desafios de modernização, eficiência, competitividade, e liderança” da Media Capital, nada é “mais natural” do que o empresário continuar na administração. Essa vontade foi demonstrada implicitamente há dias pelo presidente executivo da Prisa, Juan Luis Cebrián, quando referiu que, independentemente da posição accionista do empresário, este “ficará sempre ligado à Media Capital”.

À Lusa, o gestor desmentiu, nessa altura, que a Prisa estivesse em conversações com dois investidores interessados na fatia de capital (30%) correspondente ao acordo com Miguel Pais do Amaral. Cebrián ressalvou, porém, que a Prisa está aberta a ouvir “qualquer oferta”.