Oni entra em Moçambique com contrato de um milhão de euros com o Moza Banco

Empresa quer conquistar clientes entre as PME e reforçar o negócio internacional em 2014.

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Oni Moçambique vai garantir serviços de segurança da sede do Moza Banco Foto: Paulo Pimenta

A Oni conseguiu um contrato de um milhão de euros com o Moza Banco para prestar serviços de videovigilância, controlo de acesso e alarmes, com os parceiros locais Bpartner e Escopil. O negócio deu origem à Oni Moçambique, que perspectiva mais três projectos com o Moza Banco e tem em análise outros dez potenciais clientes naquele mercado, revelou esta quarta-feira o presidente executivo da empresa de telecomunicações empresariais, Alexandre Filipe da Fonseca.

O valor do contrato repesenta “entre metade a um terço do negócio total internacional” que a Oni prevê para 2014, adiantou o gestor, explicando que “o negócio internacional irá viver sempre de negócio fechado, que represente cash para a companhia”. No caso da Oni Moçambique, a facturação é feita em meticais e uma parte do dinheiro gerado fica no país “para contribuir para o crescimento da operação”, acrescentou.

Em cima da mesa está, também, a entrada de um novo parceiro na estrutura accionista da Oni Moçambique, disse Alexandre Fonseca, referindo-se a um “parceiro [moçambicano] da área das telecomunicações”.

Em Portugal, a Oni mantém as metas de crescimento apresentadas em Outubro, pouco depois de a luxemburguesa Altice (que é também dona da Cabovisão) ter assumido o controlo da companhia. Depois de “arrumar a casa”, o que incluiu mudar a gestão, pôr em marcha um plano de redução de custos (que se manterá em 2014 com uma previsão de redução de 25% a 30%), e proceder à integração entre a rede Oni e a rede Cabovisão (o que permite, por exemplo, oferecer conteúdos a clientes empresariais), a empresa teve, nos primeiros três meses de 2014, “o melhor trimestre em pelo menos dois meses e meio”, com ganhos ao nível do número de clientes e do resultado operacional bruto mensal (Ebitda).

Para 2014, o objectivo é um Ebitda de entre 25 a 30 milhões de euros (que compara com 12 milhões em 2013) e manter o nível de receita de 2013, cerca de 100 milhões de euros, mesmo num "cenário de erosão de margens" como o que as empresas de telecomunicações enfrentam actualmente, disse o CEO da Oni. A empresa especializada em comunicações empresariais tem como clientes a Câmara Municipal de Braga, o Crédito Agrícola e a EDP Renováveis.

Uma das novidades para 2014 é a entrada no segmento das pequenas e médias empresas (PME). Neste segmento (onde existem cerca de 350 mil empresas), a Oni tem apenas uma “presença residual”, mas quer conquistar cinco mil novos clientes no primeiro ano da nova oferta PME Max, lançada esta quarta-feira.

Trata-se de uma oferta de voz, dados e segurança que reúne “preços compatíveis com os orçamentos das PME, com a qualidade de serviço da Oni para as grandes contas” empresariais, numa lógica de “aquisição, instalação e funcionamento”, explicou o responsável. A oferta base (a partir de quatro extensões/postos de trabalho), inicia-se nos 86 euros, adiantou.

Alexandre Fonseca notou ainda que a Oni continua a manter em aberto potenciais operações de aquisição para crescer em Portugal, mas escusou-se a comentar cenários de consolidação com a Vodafone, remetendo para um artigo sobre o presidente da Altice, Patrick Drahi, no jornal francês La Tribune em que este aparece como “não excluindo uma fusão da Cabovisão com a Vodafone Portugal”.

Em Portugal, todas as empresas “são um [potencial] alvo” de aquisições, mesmo a PT, cuja base de accionistas “não tem qualquer relação com a Europa”, defendeu ainda Alexandre Fonseca. Notando o facto de os grandes operadores estarem a “diminuir o investimento” e a “perder o foco e até o controlo [accionista] das operações em Portugal”, o responsável defendeu que este facto dá maior relevância às intenções de investimento da Oni.

 

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