O que separa os emigrantes dos lesados do papel comercial do BES?

Considerados credores do GES, lesados do papel comercial têm sido remetidos para os tribunais.

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BES liderou as perdas ao cair 3,77% Sara Matos

Em Agosto, emigrantes e lesados do papel comercial do BES/GES promoveram várias manifestações conjuntas, na condição de clientes afectados pelo BES. No entanto, apesar da união nos protestos, a situação de uns e de outros é distinta. Isso é visível no facto de, para os emigrantes, o Novo Banco (NB) ter avançado com uma proposta, assumindo a responsabilidade dos produtos vendidos pelo BES. Para os outros, os lesados de papel comercial, o NB não só não apresentou qualquer solução, como tem reiterado que não tem qualquer responsabilidade pelo pagamento daquele produto financeiro.

Na prática, os lesados têm sido remetidos, nomeadamente pelo Banco de Portugal, para as empresas emissoras do papel comercial, que integravam o Grupo Espírito Santo (GES), e que se encontram em processo de insolvência.

Os lesados, que alegam terem sido enganados pelo BES na subscrição desses produtos, agarram-se às garantias iniciais do Banco de Portugal (BdP), que apontou para a responsabilização do BES pelo pagamento daqueles produtos, tendo mesmo obrigado à constituição de uma provisão para esse efeito.

Já a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) defende que o BES não cumpriu os deveres de informação, e que o NB deveria assumir o seu pagamento. Só que, estando a nova instituição sobre a gestão do Fundo de Resolução, só o que o BdP decidir é que será aplicado.

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