Têm vendas e resultados muito acima da média, exportam mais e têm mais autonomia financeira. O prémio PME Excelência, atribuído anualmente pelo Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação (IAPMEI), distinguiu este ano 1845 empresas que conseguiram um melhor desempenho do que as restantes. O número é uma subida de 67% face ao ano passado.

“Estes números não reflectem menor exigência do galardão, dado que a generalidade das empresas apresenta indicadores económico-financeiros com subidas médias substanciais, muito acima da média da estrutura empresarial”, ressalva um comunicado do IAPMEI.

Em média, as PME Excelência registaram melhorias de vendas de 15% (a média entre as pequenas e médias empresas foi de 1%), tiveram uma subida do EBITDA (os ganhos antes de custos como impostos e amortizações) de 28% e aumentaram ainda o volume de exportações em 16%, duas vezes e meia acima da média nacional, que foi de 6,4%. As empresas candidataram-se à distinção no ano passado e os números dizem respeito a 2013.

A lista foi anunciada nesta segunda-feira, numa cerimónia no Europarque, em Santa Maria da Feira, para a qual estava agendada a presença do ministro da Economia, António Pires de Lima, e do vice-primeiro-ministro, Paulo Portas.

Do grupo das 1845, a maioria é exportadora, com 60% a fazerem mais de um quarto das vendas em mercados estrangeiros. Os números mostram ainda alguma concentração geográfica e sectorial. Os distritos do Porto, Lisboa, Aveiro e Braga agregam 60% das empresas premiadas. Já no sector da indústria estão 36% do total, seguindo-se o comércio, com uma quota de 29%, e o turismo, com 13%.

Foi no turismo que se registaram os maiores ganhos no que às exportações diz respeito, com um crescimento médio de 75%, “possivelmente associado à promoção externa de Portugal como destino de moda”, diz o IAPMEI. O instituto sublinha ainda que “o turismo, sector que habitualmente apresenta desempenhos comparativos débeis, é o que apresenta maior evolução do ano passado para este ano [2013 para 2014] em todos os indicadores de desempenho: 116% de melhoria na rendibilidade dos capitais próprios, 133% na rendibilidade do activo e quase 80% na rendibilidade das vendas”.

O comunicado nota que, “confirmando o carácter fragmentado do tecido empresarial nacional, estas empresas são predominantemente pequenas, com 38 trabalhadores em média”. A lei considera como pequenas as empresas que têm menos de 10 pessoas e um volume de negócios anual que não exceda dois milhões de euros; uma empresa média tem de ter menos de 50 trabalhadores e negócios não superiores a dez milhões.