Negócio de aviação da TAP com lucros de 34 milhões de euros

Fernando Pinto, presidente da companhia, diz que a privatização continua a ser necessária para recapitalizar a TAP.

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Desempenho do negócio de manutenção no Brasil é fundamental para a privatização da TAP Raquel Esperança

O negócio de aviação da TAP registou, no ano passado, lucros de 34 milhões de euros, dez milhões acima dos resultados do ano anterior. Falta ainda conhecer, porém, as contas da deficitária unidade de manutenção no Brasil.

As receitas com a venda de bilhetes subiram 5%, para 2480 milhões de euros, acompanhando a subida de 5,1% no número de passageiros transportados. A Europa continuou a ser principal mercado da companhia, pesando 37% na facturação, segundo-se Portugal e o Brasil, que representam praticamente 24%.

Os resultados também foram ajudados por uma redução da factura com combustível, que passou de 811 para 708 milhões de euros em 2013. No entanto, os custos com pessoal aumentaram 62 milhões de euros fruto da reposição dos subsídios de férias e de Natal, que o Governo pretendia eliminar mas que tiveram de ser pagos na sequência do chumbo do Tribunal Constitucional.

Estes resultados dizem apenas respeito à TAP SA, dedicada à actividade de transporte aéreo, excluindo o deficitário negócio de manutenção no Brasil. Tal como o PÚBLICO noticiou recentemente, a intenção da administração e do Governo é montar uma operação financeira de conversão dos empréstimos cedidos pelo grupo a esta subsidiária para melhorar as contas da empresa adquirida em 2005. Em 2012, a M&E Brasil gerou perdas de 52 milhões de euros, devendo ter-se aproximado dos 30 milhões no ano passado.

Esta operação financeira será importante para relançar o processo de privatização da TAP, depois de a primeira tentativa ter fracassado em 2012 com a rejeição da oferta de Gérman Efromivich. O objectivo é avançar com a venda ainda este ano, mas tal só acontecerá se houver garantias de que surgirá mais do que um interessado. O modelo ainda não está definido, tendo o Governo pedido aos assessores financeiros que reavaliem todos os cenários, incluindo o de dispersão em bolsa e o de manutenção de uma participação do Estado. De acordo com Fernando Pinto, presidente da companhia, essa reavaliação ainda está em curso.

O gestor brasileiro, que está na TAP desde o ano 2000, preferiu não se alongar nos comentários sobre a venda da empresa, referindo apenas, e tal como já fez anteriormente, que "não é uma questão de sobrevivência" para a transportadora aérea, embora seja "importante para a sua recapitalização" e, logo, para o seu crescimento.

Para este ano, a companhia irá ter um reforço de seis aviões para dar resposta ao crescimento da oferta, com destaque para o lançamento de novas frequências para a América Latina e Europa. Fernando Pinto adiantou que, nos últimos meses, a TAP reforçou o quadro de pessoal com 600 novos trabalhadores, garantindo que recebeu permissão das Finanças, já que o Orçamento do Estado proibe a contratação de novos funcionários para o Estado que não seja autorizada previamente pela tutela de Maria Luís Albuquerque.

A administração da transportadora aérea vai sofrer uma remodelação já a partir de Abril, passando Luís Rodrigues, até aqui administrador responsável pelo negócio de manutenção no Brasil, a gerir a área financeira, substituindo Michael Connoly, que manterá o vínculo à TAP, mas sairá do conselho. Fernando Pinto referiu que é possível que venha a ser nomeado um novo elemento para a equipa de gestão da companhia.

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