Teixeira Duarte entra no negócio das farmácias em Angola

Mercado externo já representa 86,9% dos negócios do grupo português.

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Em Angola, o grupo português está a reforçar negócios no sector da distribuição. Foto: Gianluigi Guercia/AFP

O volume de negócios da Teixeira Duarte, que no último exercício totalizou 1,67 mil milhões de euros, é realizado em 86,9% no mercado externo, com destaque para o peso de Angola, onde a empresa acaba de entrar num novo negócio, o da área farmacêutica..

O volume de negócios da Teixeira Duarte, que no último exercício totalizou 1,67 mil milhões de euros, é realizado em 86,9% no mercado externo, com destaque para o peso de Angola, onde a empresa acaba de entrar num novo negócio, o da área farmacêutica. Através da insígnia Farmácia Popular, estão já em funcionamento duas lojas na zona de Luanda, e será aberta uma terceira este ano. A informação foi avançada ao PÚBLICO por fonte da empresa, depois de ter sido questionada na sequência de uma notícia do jornal angolano Expansão.

Com esta nova aposta, a empresa reforça o portfolio de insígnias detidas em Angola, onde se destaca a rede Maxi + bompreço (área alimentar), actualmente com 16 lojas, a Dakaza, dedicada a produtos para o lar e mobiliário, com cinco pontos de venda, e as “Lojas TDA”, formato dedicado ao retalho motorizado, com seis unidades.

Angola, actualmente a enfrentar uma crise económica grave, gerada pela queda do preço do petróleo, é o maior mercado da construtora, representado um volume de negócios de 798,4 milhões de euros, 47,3% do total. A variação global dos negócios neste mercado, face a 2013, foi positiva em 6%.

Em comunicado enviado esta quinta-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), relativo às contas do último ano, não auditadas, a empresa reporta um aumento de 6,2% no volume de negócio e quase 10% nos lucros, para 70,3 milhões de euros.

Da actividade do último exercício, a empresa destaca que “a quebra de 26,1% registada em Portugal (que contribuiu com 220,2 milhões de euros) foi compensada pelo incremento de 13,8% nos outros mercados”.

Por sectores, a construção caiu 2,7%, e continua a representar metade do volume de negócios do grupo, num total de 779,1 milhões de euros. Neste campo, o grupo destaca uma queda de 28,5% em Portugal, fruto da retracção generalizada, e de 29,1% em Angola, “em resultado, essencialmente, do facto de uma das grandes obras que estava em curso neste país em 2013 estar agora já em fase de conclusão”.

O mercado externo representava 90,6% do volume de negócios da construção, refere o grupo, que destaca os crescimentos “em Moçambique e na Venezuela e, em especial, no Brasil, onde o aumento deste indicador foi de 84,2%”.

“A carteira de encomendas do grupo para o sector de construção atingiu, na sua globalidade, o expressivo valor de 2 411 milhões de euros (…), o qual reflecte um acréscimo de 18,3% face ao final de 2013”, refere a informação da empresa.

Nas concessões e serviços, o volume de negócios cresceu 24,1% em 2014, com bom desempenho em todos os mercados em que o grupo opera, em especial em Portugal e Angola, e no imobiliário subiu 44% face a 2013.

O volume de negócios da hotelaria desceu, na globalidade, 5,6% face ao exercício de 2013, penalizado maioritariamente pelo encerramento do Hotel Trópico, em Luanda, para obras de remodelação no primeiro semestre de 2014.

Na distribuição, onde o mercado angolano continua a ser o de maior expressão, o grupo registou um acréscimo de 29,6%. Neste último segmento, a Teixeira Duarte destaca que foram abertas, em Angola, três novas lojas MAXI, no ramo alimentar e na área dos artigos para o lar e imobiliário abriu quatro lojas DAKAZA, passando a deter cinco espaços.

A empresa refere ainda que iniciou uma operação autónoma de comercialização de bebidas em Angola e que deu início à operação [de distribuição] no Brasil e a operações pontuais em outros mercados.

Na energia, a actividade diminuiu 45,5% face ao período homólogo, em resultado da forte quebra das vendas de combustíveis líquidos a grandes superfícies e no sector automóvel aumentou em 27,2%.

O EBITDA cresceu 12,1% em relação ao ano passado e fixou-se em 239.799 milhares de euros, o valor mais alto do grupo, e o total do activo líquido cresceu 5,8%, para 2 940 milhões de euros, e o endividamento líquido do grupo cresceu 10%, para 1.293.383 milhares de euros.

Já no exercício de 2015, a Teixeira Duarte alienou a participação que detinha na PETRIN – Petróleos e Investimentos, entidade através da qual o Grupo exercia a distribuição de combustíveis líquidos sob a marca “AVIA” e que gerou em 2014 proveitos operacionais de 48 milhões de euros.

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