Makro vai despedir 229 trabalhadores

Filial portuguesa do grupo Metro anunciou mudança de estratégia que implica o “redimensionamento” das dez lojas que detém no país.

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Makro vai redimensionar as dez lojas que detém em Portugal e avança para o terceiro despedimento colectivo em seis anos Manuel Roberto

A Makro, empresa grossista que abastece, sobretudo, restaurantes e comerciantes, vai dispensar 229 dos cerca de 1179 trabalhadores que actualmente emprega em Portugal. Em comunicado, a Makro justifica a decisão com uma mudança de estratégia e com o redimensionamento das dez lojas que detém em Portugal.

A filial do grupo Metro diz que, numa primeira fase, “o critério a ser utilizado [para o ‘plano de redução’] é dos profissionais que se voluntariarem a sair”.

“Durante este processo, uma das nossas principais preocupações é minimizar, tanto quanto possível, o impacto negativo que esta situação possa ter junto dos colaboradores afectados”, diz Tanya Kopps, que no início do ano assumiu funções como directora-geral, reportando a José Maria Cervera, director-geral da Makro Ibéria.

A “situação económica em geral” e do sector do retalho levaram a empresa a rever a estratégia. A Makro quer oferecer um serviço mais personalizado “que pressupõe um reajuste do sortido e o natural redimensionamento dos espaços de loja, sendo a principal alteração no sortido não alimentar”.

“Esta adaptação do negócio em Portugal é inevitável, de forma a correspondermos ao actual cenário de procura e sermos competitivos no mercado. Todavia, é importante salientar que o Grupo Metro vai continuar a apostar no mercado português, garantindo a sustentabilidade futura da empresa”, sublinhaTanya Kopps.

O Sindicato dos Trabalhadores do Comércio e Serviços de Portugal lembra que este é o terceiro despedimento colectivo na empresa no espaço de seis anos. Em declarações à TVI, Célia Lopes diz não compreender a medida, já que “acontece num momento em que as vendas estão a subir”.

“Não se compreende. Têm vindo a ser pedido sacrifícios aos trabalhadores, tiveram cortes salariais por via de cortes no trabalho suplementar e no trabalho prestado em dias de feriado e, no momento em que a empresa está a dar a volta, apresenta este despedimento colectivo”, critica.

A Makro diz que vai oferecer indemnizações “acima do mercado substancialmente mais favoráveis dos que as que decorrem da lei, para além do programa de outplacement” que ajuda os trabalhadores a encontraram emprego. Os seguros de saúde e de vida mantêm-se activos até final do ano.

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