Metade dos voos agendados pela Lufthansa para esta sexta-feira foram cancelados, na sequência do último de três dias de greve agendados pelos pilotos. Entre Portugal e a Alemanha foram desmarcadas 12 ligações.

O protesto foi convocado por um sindicato de pilotos, para contestar a intenção da empresa de terminar com a possibilidade de pré-reforma, que permitia àqueles profissionais deixaram de trabalhar aos 55 anos, recebendo até 60% do salário até à idade legal de reforma, aos 65 anos. Já no seguimento de negociações, a empresa tem agora em cima da mesa uma proposta que mantém o sistema para os profissionais que já estão a usufruir dele e que sobe para 61 anos a idade de pré-reforma.

A greve estavam inicialmente prevista para quarta e quinta-feira, mas, na noite de quarta-feira, os pilotos decidiram prolongá-la por mais um dia. Um porta-voz do sindicato Cockpit justificou a medida, em declarações à agência alemã DPA, afirmando que a empresa não tinha feito qualquer cedência.

De acordo com uma nota enviada pela Lufthansa às redacções, vão ser cancelados nesta sexta-feira metade dos 1400 voos de curto e médio curso, bem como 50 voos de outras transportadoras do grupo, entre as quais a Austrian Airlines, a Brussels Airlines e a Swiss. Cerca de 84 mil passageiros serão afectados, a que se juntam outros dez mil, devido ao cancelamento de 90 voos na sequência de uma greve de controlados aéreos em Itália.

No que diz respeito aos voos entre Portugal e a Alemanha, serão cancelados quatro voos com partida no aeroporto de Lisboa, com destino a Munique e Frankfurt, e outros quatro com origem nestas cidades alemãs e com destino ao aeroporto da Portela, de acordo com a agência Lusa. Serão ainda afectados dois voos com origem em Frankfurt e que têm como destino o aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto, e as respectivas ligações de regresso.

Já nesta quinta-feira, a greve afectou os voos de longo curso, tendo sido cancelados 84 dos 153 voos, resultando em 18 mil passageiros afectados. 

O protesto desta quinta-feira estendeu-se também aos voos de mercadorias. “Felizmente temos clientes muito fiéis, mas se isto continua a longo prazo e não formos capazes de oferecer a estabilidade de que precisamos, pode tornar-se um problema para os nossos clientes”, disse à agência Reuters o presidente da Lufthansa Cargo, Peter Gerber.

Esta é a 12ª greve dos pilotos da Lufthansa desde Abril do ano passado. Segundo a transportadora, em 2014, o custo dos protestos ascendeu a 232 milhões de euros.