Lucro da REN sobe 16% para 91,6 milhões até Setembro

Descida do custo da dívida e ganhos extraordinários ajudam a compensar impacto da contribuição extraordinária sobre o sector energético.

Foto
Rodrigo Costa é o presidente da REN desde o ano passado Miguel Manso

A REN fechou o terceiro trimestre com resultados líquidos de 91,6 milhões de euros, o que representa um crescimento de 16,5% face ao período homólogo, anunciou a empresa esta sexta-feira em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

A descida dos custos financeiros, a venda da participação na Enagás (que trouxe um ganho de 21 milhões de euros) e a recuperação extraordinária de impostos no montante de 9,9 milhões de euros são factores que explicam a melhoria dos resultados da empresa liderada por Rodrigo Costa.

As contas voltaram, no entanto, a ser penalizadas pela contribuição extraordinária sobre o sector energético, sublinha a REN. A taxa, que a empresa contestou em tribunal (tal como a Galp) por considerar inconstitucional, tem um impacto anual de cerca de 25 milhões de euros nos resultados.

O resultado operacional bruto da gestora das redes de transporte de gás e electricidade atingiu 372,2 milhões de euros, menos 0,5% (ou 1,9 milhões) face ao homólogo, em virtude da descida da taxa de remuneração dos activos regulados (imposta pela ERSE) e da taxa de juro da dívida pública portuguesa.

O investimento totalizou 145,8 milhões de euros, o que representa um aumento de 110,3% que se explica pela aquisição das duas cavernas de armazenagem de gás natural à Galp Energia, uma operação de 71,4 milhões de euros aprovada pela Autoridade da Concorrência no início deste ano.

A dívida líquida da REN aumentou 0,6% (15 milhões de euros em termos absolutos) para 2,447 mil milhões de euros, mas o custo médio da dívida baixou para os 4%. A empresa, que tem vindo a seguir uma estratégia de alongamento das maturidades dos créditos e redução dos custos de financimento, revelou que renegociou em Novembro “o contrato de financiamento existente com o Industrial and Commercial Bank of China (ICB)”. O prazo foi prolongado até 2020, “o montante disponível foi reduzido para 120 milhões de euros e o custo diminuiu”, diz a REN.

Os resultados dos primeiros nove meses do ano reflectem “a boa performance financeira” da REN e a sua “robustez operacional”, factores que são “reconhecidos pelas três maiores agências de rating mundiais”, disse Rodrigo Costa, citado no comunicado.

Em Outubro, a agência de notação financeira Standard & Poor´s subiu o rating da REN, atribuindo à empresa o grau de investimento, tal como já tinham feito a Moody´s e a Fitch.

 

Sugerir correcção
Comentar