Pela primeira vez esta semana, as taxas de juro da dívida pública portuguesa estão a descer, corrigindo parte da subida que tem vindo a ser relacionada com o clima de instabilidade criado pelo BES.

De acordo com os dados publicados pela agência Reuters, a taxa de juro dos títulos de dívida a dez anos recuava esta sexta-feira às 11h15 para 3,886%, quando no dia anterior tinha superado a barreira dos 4%. Nas taxas a dois 2 anos, registava-se igualmente uma descida de 0,106 pontos percentuais.

As taxas de juro da dívida soberana portuguesa, que chegaram a ir abaixo da barreira dos 3,5%, apresentaram no decorrer desta semana uma deterioração significativa.

A generalidade dos analistas associa esse resultado à incerteza e desconfiança trazida para os mercados pelos problemas do Grupo Espírito Santo. Em particular, alguns analistas salientavam que este caso demonstrava que nem todos os problemas no sistema financeiro da periferia estavam já resolvidos pelas entidades reguladoras, ao contrário do que vinha sendo dito pela troika e autoridades nacionais. Talvez por isso Portugal não foi o único país da Europa periférica a registar subidas nas taxas de juro da dívida.

Da mesma forma, os principais mercados accionistas europeus, que na quinta-feira tinham registado quebras significativas, especialmente no sector financeiro, parecem agora estar mais calmos. As bolsas de Paris, Frankfurt, Madrid e Milão apresentavam, a meio da manhã, subidas ligeiras nos seus índices. A Bolsa de Lisboa, onde as acções do BES voltaram a estar cotadas a partir da 11h30, exibia uma valorização de 1,93%.