Portugal fechou o ano de 2014 com um défice de 10.676 milhões de euros na balança comercial de bens, com as importações a aumentarem 3,2% e as exportações a crescerem 1,2%. As compras de Portugal ao exterior atingiram um valor superior a 58.850 milhões de euros.

As importações oriundas da Alemanha foram as que mais cresceram (12,1%), o que fez com que a principal economia do euro passasse a ser o mercado em relação ao qual o país tem o segundo maior défice nas transacções comerciais de bens.

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As tendências sobre a evolução das exportações e importações retiram-se das estatísticas do comércio internacional divulgadas nesta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), publicadas com ligeiros ajustes em relação a dados mensais conhecidos até Dezembro de 2014.

Com um total de 5632 milhões de euros, a Alemanha é o terceiro país para onde Portugal mais exporta bens, mas o segundo mercado mais relevante em termos de volume de importações, que atingiram os 7272 milhões de euros.

A diferença entre o valor importado e exportado à Alemanha foi assim de 1640 milhões de euros, um défice comercial apenas inferior àquele que Portugal tem com Espanha, que foi superior a 7780 milhões de euros.

“As importações provenientes da Alemanha aumentaram 12,1%, o maior acréscimo em valor na globalidade dos países”, refere o INE, detalhando que este crescimento aconteceu em todos os grupos de produtos, “com as importações de veículos e outro material de transporte a registarem o maior aumento”. Feitas as contas, a Alemanha “reforçou a sua posição como segundo principal país fornecedor de bens a Portugal”, assumindo um peso de 12,4% no conjunto das importações, mais um ponto percentual do que em 2013.

Ao mesmo tempo, a Alemanha passou a terceiro principal país de destino das mercadorias portuguesas, com um peso de 11,7%. As vendas para a economia alemã aumentaram 2,2% em relação a 2013, “fundamentalmente devido ao crescimento verificado nos produtos químicos e outros produtos”, refere o INE nas suas conclusões.

Espanha, Alemanha e França continuam no topo da lista dos principais clientes e fornecedores de bens a Portugal, mas desta vez França superou a Alemanha como o segundo principal mercado de destino.

Espanha, a quarta maior economia da moeda única, continua a ser o principal parceiro comercial, simultaneamente, o país para onde Portugal mais exporta (11.345 milhões de euros) e a quem mais importa (19.128 milhões). Como refere o INE, o défice bilateral com Espanha “registou um aumento, ao contrário da evolução registada nos últimos três anos”.

Se França passou a ser o segundo maior cliente externo, comprando bens a Portugal no valor de 5636 milhões de euros, ficou em terceiro, atrás da Alemanha, como país fornecedor de bens, com um peso de 7,1% no total das importações. Ainda assim, as importações de França cresceram a um ritmo de 8,5% e, tal como no caso da Alemanha, a principal razão tem a ver com a compra de veículos e material de transporte.

Depois dos combustíveis, estes são de resto as duas categorias de produtos mais importados pela economia portuguesa, o que no ano passado se reforçou com a recuperação do mercado automóvel, onde as vendas de ligeiros aumentaram 34,8% no ano passado.

Espanha, França e Alemanha representam mais de metade das importações, com uma fatia de 51,9%. Quanto às exportações, os dados do INE mostram que os três países valem 47% das vendas.

No entanto, o contributo mais importante para o aumento global do sector exportador foi dado pelo Reino Unido. Este é o quinto país para onde a economia portuguesa mais exportou no ano passado, num total de 2927 milhões de euros. “O aumento de 12,1% verificado nas exportações para este país foi generalizado à quase totalidade dos grupos de produtos, mas com maior destaque nos Outros produtos (em especial Charutos, cigarrilhas e cigarros, de tabaco ou dos seus sucedâneos) e Veículos e outro material de transporte”, refere o INE, sublinhando que o peso do Reino Unido como quinto maior cliente de Portugal corresponde a 6,1% do total das exportações.

Os dados do INE dizem apenas respeito ao comércio de bens. As contas relativas às importações e exportações de serviços são reunidas pelo Banco de Portugal.