Governo vai decretar serviços mínimos para a greve no Porto de Lisboa

Maratona negocial que teve lugar no Ministério do Trabalho terminou sem acordo e sem resultados. Fixação de serviços mínimos vai ser fixada por decreto.

Foto

O encontro começou às 10h e só terminou muito depois das 17h. E também aqui se verificou a irredutibilidade das duas partes que estão em confronto aberto no Porto de Lisboa: a reunião que tinha como objectivo o entendimento para a fixação de serviços mínimos na greve que os estivadores estão a levar a cabo no Porto de Lisboa terminou sem resultados.

“A fixação dos serviços mínimos terá de ser decretada por despacho ministerial”, confirmou ao PÚBLICO Carlos Caldas Simões, da Associação Marítima Portuária, umas das associações que representa operadores do Porto de Lisboa.

Ao que o PÚBLICO conseguiu apurar, a reunião decorreu no Ministério do Trabalho e da Segurança Social onde estas questões laborais têm de ser dirimidas. E, no final da reunião, ficou em cima da mesa apenas a proposta efectuada pelos representantes dos operadores portuários.

De acordo com a informação recolhida junto de fontes ligadas ao processo negocial, a proposta que o Sindicato dos Estivadores insistiu em colocar na mesa era o impedimento de que os operadores pudessem escalar trabalhadores portuários fora da empresa de estiva que, historicamente, eles representam, pelo que essa proposta não foi aceite, por não ser matéria que pudesse ser discutida naquela sede de concertação laboral.

De acordo com o pré-aviso de greve entregue pelo Sindicato dos Estivadores, a paralisação no Porto de Lisboa, que começou no dia 5, deverá estender-se até ao dia 12 de Maio. E se em ciclos de greve anteriores o porto de Lisboa não chegou a parar totalmente, desta vez há já uma semana que não entra nem sai nenhum navio, tendo já as associações sectoriais reclamado intervenção urgente para que possam ser recuperados alguns bens perecíveis.

A urgência no decreto de serviços mínimos prende-se sobretudo com o impacto que a greve tem no normal abastecimento das regiões autónomas. E, segundo várias fontes auscultadas pelo PÚBLICO, o desvio de carga do Porto de Lisboa para outros portos nacionais – nomeadamente Setúbal, Sines e Leixões, já havia começado a ser feita antes da greve. De acordo com o secretário-geral da Associação dos Agentes de Navegação, a Agepor, Belmar da Costa  o Porto de Lisboa já estava a receber menos 60 linhas de transporte face ao ano anterior. Uma das consequências da greve, para a qual alertou a própria presidente da Administração do Porto de Lisboa, Marina Ferreira, é a possibilidade de a greve fazer aumentar os preços na região

Sugerir correcção
Comentar