Governo estima prejuízos de 17 milhões nos cinco primeiros dias de greve na TAP

Ministro da Economia renovou apelo aos pilotos para comparecerem ao serviço.

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TAP continua a conseguir assegurar mais de 70% da operação Foto: Carlos Lopes/Arquivo

O Governo estima que a TAP já tenha sofrido prejuízos de 17 milhões de euros nos primeiros cinco dias de greve dos pilotos, calculando por isso que os dez dias de paralisação vão provocar danos que podem chegar aos 35 milhões.

Numa conferência de imprensa de balanço dos protestos e da situação da companhia de aviação, o ministro da Economia frisou que, mais do que as perdas incorridas com esta greve, "o maior impacto é o dano que se causa à reputação de uma empresa que faz da regularidade da sua operação um dos principais activos".

Estes prejuízos são calculados com base nos custos que a TAP tem com a reprogramação da operação, mas sobretudo com a perda de receitas e a assistência que tem de dar aos passageiros. Ainda assim, a empresa optou desta vez por não aceitar o cancelamento prévio de voos, o que lhe permitiu evitar um rombo na tesouraria à conta de reembolsos.

Na conferência de imprensa, Pires de Lima voltou a defender que são os pilotos que estão a pôr em causa o acordo assinado em Dezembro do ano passado com nove sindicatos, que permitiu o cancelamento de uma greve de quatro dias entre o Natal e o Ano Novo.

"É com desgosto que vemos o sindicato dos pilotos a insistir numa greve que fere o acordo assinado. Um acordo que o Governo tem respeitado", defendeu o ministro da Economia.

Pires de Lima fez ainda referência às "profecias sombrias lançadas pelo sindicato" dos pilotos, quanto a uma expectável subida dos voos cancelados fruto da paralisação que teve início a 1 de Maio e se prolonga até ao próximo domingo. De facto, ao contrário do que o sindicato tinha afirmando, a TAP continua a conseguir realizar a maioria das ligações, já que muitos pilotos não aderiram aos protestos.

Ainda nesta quarta-feira, e à semelhança do que aconteceu nos cinco dias anteriores, a companhia assegurou mais de 70% da operação, tendo realizado, até às 18h, 184 voos – 153 da TAP e 31 da PGA (a transportadora de médio curso que faz parte do grupo). No total, estavam programadas 250 frequências até àquela hora, o que significa que foram suprimidas 66, das quais 21 da PGA.

Para o ministro da Economia, trata-se de "um sinal que os pilotos dão de que põem a empresa em primeiro lugar e não se deixam confundir com o caminho radical da direcção do sindicato". O governante aproveitou para renovar o apelo aos pilotos "para que continuem a trabalhar".

Já quanto à possibilidade de o sindicato, que reclama a devolução de diuturnidades e uma fatia no capital da empresa, marcar um novo período de greves, Pires de Lima considerou que é "uma ameaça verdadeiramente irresponsável", sobretudo para sectores como o turismo, que têm "direito a uma vida previsível".

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