O secretário de Estado do Comércio de Espanha afirmou nesta terça-feira que a contracção da economia espanhola em 2012 terá sido de 1,3% do Produto Interno Bruto (PIB), inferior à primeira estimativa do Executivo, que avançava uma queda na economia no valor de 1,5% do PIB.

O gabinete de estatística espanhol ainda não lançou os resultados para a execução orçamental do último trimestre de 2012, e, por arrasto, do total do ano. De acordo com a imprensa espanhola, a queda de 1,3% do PIB seria o equivalente a uma recessão mais ténue de 0,4% do PIB no último trimestre de 2012.

Caso se venha a confirmar este valor, o desempenho da economia espanhola estaria na linha com a queda de 0,3% do PIB do terceiro trimestre. No entanto, as estimativas do Governo apontavam para o quarto e último trimestre do ano como o pior em termos de desempenho económico.  

Segundo o Ministério da Economia espanhol, o alívio na contracção orçamental deve-se em parte a um melhor desempenho no sector exportador do que era inicialmente previsto, escreve o El País. O consumo interno em Espanha também terá caído menos do que o antecipado face à subida do IVA.

Considerando a melhoria no desempenho económico de 2012, as estimativas do Governo podem melhorar para 2013, afirmou nesta terça-feira o secretário de Estado do Comércio, segundo o El País e El Mundo. As estimativas do Ministério da Economia encontravam-se dirigidas a uma contracção de 0,5% do PIB em 2013, uma previsão considerada optimista tendo em conta as estimativas dos órgãos internacionais. 

A Comissão Europeia estima que a contracção do PIB espanhol em 2013 seja de 1,5%. 

A OCDE divulgou na segunda-feira os indicadores compósitos que prevêem a evolução do crescimento económico num período de seis a nove meses. De acordo com estes valores, a economia espanhola encontra-se actualmente na fase de recuperação e pode esperar que as melhorias na economia real aconteçam já em 2013.

Espanha surpreende mercados com quedas nos juros

Espanha voltou a beneficiar nesta terça-feira de um período de relativa acalmia nos mercados de dívida e colocou no mercado 5775 milhões de euros em dívida a 12 e 18 meses com quedas significativas nos juros.

O montante leiloado ultrapassou o objectivo máximo de 5500 milhões de euros, e conseguiu uma redução de mais de um ponto percentual em ambos os prazos. O Tesouro espanhol emitiu 3246 milhões de euros em obrigações a 12 meses com 1,52% de juros, um valor em muito inferior aos 2,65% que pagou no último leilão com este prazo. Já na venda de obrigações a 18 meses, foram leiloados 2509 milhões de euros, prazo em que os juros caíram dos 2,88 para os 1,79%.

De acordo com o El País, a procura ultrapassou 2,4 vezes o valor dos títulos colocados no mercado.

Na semana passada, Itália e Espanha conseguiram leilões bem-sucedidos de dívida, nos quais conseguiram colocar mais dinheiro do que o previsto a juros mais baixos. Este contexto parece estar a facilitar a missão do Executivo espanhol, como escreve o El País.

Isto porque, em média, o Tesouro espanhol tem que leiloar 600 milhões de euros por dia para conseguir atingir os objectivos de financiamento para 2013.