Fundos querem continuar a negociar com a Oi compra da PT Portugal

A Oi já anunciou negociações exclusivas com a Altice, mas os fundos Apax e Bain, que estão aliados à Semapa, não se dão por derrotados e dizem que podem melhorar a proposta.

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Pedro Queiroz Pereira e fundos não desistem de comprar os negócios portugueses da Oi Miguel Manso

O consórcio formado pelos fundos Apax e Bain e pela Semapa, de Pedro Queiroz Pereira, quer continuar a negociar com a Oi a compra da PT Portugal e está disponível para apresentar “uma oferta competitiva”, que possa ser votada pelos accionistas da PT SGPS. “É importante que todos os accionistas tenham a possibilidade de escolher entre duas ofertas”, disse ao PÚBLICO fonte próxima do processo.

“O consórcio Apax/Bain/Semapa sempre acreditou na vantagem do seu projecto para o futuro da PT Portugal e na qualidade da sua proposta, pelo que está disponível para continuar as negociações e fazer uma oferta competitiva se assim os accionistas da PT SGPS entenderem”, acrescentou a mesma fonte.

Os fundos e a Semapa vêm assim dizer aos accionistas da PT SGPS que pressionem a Oi a voltar a incluí-los nas negociações de que foram afastados no domingo.

No domingo à noite, a Altice anunciou que está em negociações exclusivas com a Oi para comprar a PT Portugal por 7400 milhões de euros (com 500 milhões de euros de pagamentos diferidos). A proposta dos franceses (revista face aos 7025 milhões de euros, com pagamentos diferidos de 800 milhões da oferta inicial) mereceu a escolha dos principais accionistas da Oi e a gestão da empresa, liderada por Bayard Gontijo, anunciou o início de negociações destinadas a fechar os termos finais do negócio e a garantir as autorizações do respectivo conselho de administração.

Já a oferta apresentada pelos fundos na sexta-feira foi melhorada em alguns aspectos, mas não aumentou em termos de valor global face ao anunciado em há duas semanas (7075 milhões de euros e 800 milhões de pagamentos diferidos).

Agora, depois de terem sido excluídos das negociações, os fundos insistem que a proposta pode ser melhorada. Argumentam que a sua oferta representará um maior encaixe para a Oi, permitindo à empresa reduzir dívida e, consequentemente, beneficiar do comportamento das acções em bolsa.

O entendimento é que os accionistas da PT SGPS terão interesse em escolher, em assembleia geral, entre as duas propostas, aquela que melhor permita valorizar o seu único activo, ou seja, o investimento na Oi.

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