FMI apela à concentração da banca europeia para aumentar a rentabilidade

Director do departamento de Assuntos Monetários diz que 30% dos activos bancários da zona euro não são suficientemente rentáveis.

O director do departamento de Assuntos Monetários e Mercados de Capitais do Fundo Monetário Internacional (FMI), José Viñals, apelou para uma solução para o problema do "número excessivo de bancos" na Europa para melhorar a rentabilidade.

Viñals, que participou nesta sexta-feira na Reunião do Círculo de Economia de Sitges (Barcelona), considerou que um dos principais problemas da economia europeia é a "sobrebancarização" do seu sistema financeiro, o que faz com o sector tenha rentabilidade inferior aos custos de capital.

Segundo este responsável do FMI, 30% dos activos bancários da zona euro têm problemas que precisam de solução porque não geram rentabilidade suficiente, o que corresponde a cerca de 10 mil milhões de euros. Por isso, o FMI quer que a Europa promova um processo de consolidação do seu sector bancário.

O conselheiro financeiro do FMI recorreu a um exemplo futebolístico para explicar a situação: "O número excessivo de bancos faz com que a concorrência seja como jogar a 'Champions' com cem jogadores em cada equipa, muitos dos quais sem condições para o fazer. Têm de sair jogadores através de processos de consolidação e inclusivamente de resolução para que a banca esteja em condições de gerar taxas de rentabilidade suficientes".

Viñals assinalou a importância de os bancos recuperarem níveis suficientes de rentabilidade, já que disso depende a sua capacidade de conceder empréstimos e favorecer a recuperação económica. "Por isso, é fundamental que tenham bons níveis de rentabilidade", sublinhou.

Na sua intervenção na segunda jornada da Reunião do Círculo de Economia, na qual participam 400 empresários, Viñals afirmou ainda que o mundo não está à beira de viver uma crise como a que ocorreu há praticamente oito anos, mas corre o risco de cair numa situação de estancamento económico e financeiro, com taxas de crescimento e inflação "muito medíocres".

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