Presidente da TAP sempre vai ao Parlamento, mas só no final do Verão

Audição de Fernando Pinto foi aprovada nesta quarta-feira por unanimidade na Assembleia da República.

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Pilotos têm greve agendada para 9 de Agosto Paulo Ricca/arquivo

Depois de, na semana passada, os partidos que sustentam a maioria governamental terem chumbado um requerimento apresentado pelos comunistas para levar Fernando Pinto ao Parlamento, ficou decidido nesta quarta-feira que o presidente da TAP será mesmo ouvido na Assembleia da República, mas só no final do Verão.

Desta vez, o requerimento partiu do PSD e do CDS, que tinham justificado o chumbo da semana passada com o facto de ser ainda cedo para avaliar o que se está a passar na companhia de aviação. Apesar de considerarem que a audição deveria ocorrer já, os partidos da oposição votaram a favor da ida de Fernando Pinto à comissão de Economia e Obras Públicas.

Não ficou, porém, nenhuma data definida. A não ser que a ida do presidente da TAP acontecerá “quando for possível fazer um balanço da operação de Verão”, explicou o deputado socialista Rui Paulo Figueiredo, acrescentando que foi referido pelo PSD que tal poderia acontecer ainda em Setembro.

A transportadora aérea sofreu, sobretudo em Julho, fortes constrangimentos, com sucessivos atrasos, cancelamentos e incidentes técnicos. Na semana passada, chegou a cancelar 50 voos em apenas quatro dias. A companhia tem justificado as perturbações com o atraso na entrega de seis novos aviões Airbus. Os últimos dois só deverão começar a operar em meados de Agosto.

Outros factores foram identificados pela companhia, como a demora na formação de pilotos e de tripulantes e a greve dos controladores aéreos em França. Mas houve outros motivos que a administração nunca referiu, como o mal-estar entre a administração e os pilotos, que acabou por resultar na convocação de uma greve de 24 horas destes trabalhadores para 9 de Agosto.

Apesar de, no início, o Governo ter desvalorizado os constrangimentos na operação da TAP, o discurso endureceu mais tarde, sobretudo por parte do ministro da Economia. Dias depois de o secretário de Estado dos Transportes se ter mostrado insatisfeito com a situação na companhia, Pires de Lima veio afirmar, a partir de Luanda, que afectava a “credibilidade do país”.

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