Euribor a 12 meses também já entrou em valores negativos

Prazo muito utilizado nos empréstimos às empresas e nos novos contratos à habitação.

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Medidas do BCE continuam a potenciar a descida das taxas Euribor. REUTERS/Kai Pfaffenbach

O que parecia muito improvável há menos de um ano acaba de acontecer. A Euribor a 12 meses entrou nesta sexta-feira em valor negativo, juntando-se assim aos restantes prazos de três e seis meses.

O prazo de 12 meses é muito utilizado nos empréstimos às empresas e passou a ser utilizado nos novos empréstimos à habitação, com refúgio face ao valor negativo da Euribor a três e seis meses, os prazos utilizados na quase totalidade dos contratos existentes.

Agora, os bancos não têm outra alternativa que não seja a de garantir através do aumento do spread (margem comercial do banco) a rentabilização dos novos empréstimos, uma vez que o Banco de Portugal os obrigou a reflectir os valores negativos.

Na prática, como já aconteceu em 2015, os bancos terão de continuar a suportar uma parte dos juros da quase totalidade dos empréstimos.

esta sexta-feira, a Euribor a 12 meses caiu 0,004 pontos para um novo mínimo histórico de -0,002%. Para os novos contratos e a revisão da taxa de juro dos antigos o que conta é a média mensal, pelo que será necessário esperar pelo final do mês para confimar se esse valor é negativo ou não.

Os prazos mais utilizados no stock dos contratos existentes continuam a agravar o valor negativo. A Euribor a três meses, negativa desde 21 de Abril, fixou-se esta sexta-feira em -0,167% e a de seis meses, que entrou em terreno negativo a 6 de Novembro, desceu para -0,104%.

A queda da Euribor é positiva para as famílias e empresas com empréstimos associados a estas taxas, mas é negativa para quem tem poupanças associadas a este indexante, como os Certificados de Aforro e outros depósitos bancários. A rentabilidade da maioria dos depósitos a prazo tem como referência as taxas do crédito e isso explica que a remuneração de muitas aplicações nos bancos seja muito reduzida ou mesmo de zero.

O comportamento das taxas Euribor é explicado pela política monetária do BCE, que tem a sua taxa directora encostada a zero e tem outras, como a dos depósitos, em valores negativos, como forma de contrariar os depósitos na instituição e estimular a concessão de crédito às economias da zona euro. Outro dos factores a influenciar esta descida continua a ser o baixo crescimento da zona euro, que obriga o BCE a tomar novas medidas de estímulo.

As Euribor são fixadas pela média das taxas de juro a que um conjunto de 57 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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