Espanha com menos 60 mil desempregados em Março
Trata-se da maior queda mensal do número de desempregados inscritos desde 2002.
Os serviços públicos de emprego em Espanha registaram menos 60.214 desempregados em Março, para um total de 4.451.939 pessoas, indicam os dados divulgados nesta segunda-feira pelo Governo espanhol. Os números do Ministério do Emprego e da Segurança Social indicam que esta é a maior queda do desemprego em Espanha num mês de Março desde o ano de 2002.
Na comparação com Março de 2014, o desemprego reduziu-se em 343.927 pessoas, ou seja a maior descida anual de toda a série histórica.
Segundo o Ministério do Emprego espanhol, o número de pessoas no desemprego (corrigido de sazonalidade) tem vindo a reduzir-se desde Maio de 2013, acumulando 23 meses de descida, com excepção de Julho de 2014.
Por sectores, o desemprego caiu especialmente nos serviços (49.024 pessoas), seguido da construção (8847), indústria (6893) e agricultura (4061).
No grupo das pessoas sem emprego anterior, o desemprego aumentou em 8611 pessoas. Ainda assim, entre os menores de 25 anos o desemprego aumentou em Março (3032 pessoas).
Entre os estrangeiros a residir em Espanha, o desemprego caiu em 7925 pessoas, para um total de 538.304 desempregados (dos quais 189.872 provinham de um país da União Europeia e 351.432 extracomunitários).
Quanto ao tipo de contrato, o Ministério do Emprego espanhol explicou que em Março se assinaram 1.441.775 contratos de trabalho, 214.825 mais do que Fevereiro e 225.138 mais do que no mesmo mês de 2014. Destes contratos, 144.291 são contratos indefinidos e 1.297.484 a prazo.
Dos quase 4,5 milhões de desempregados inscritos, só 55,7% beneficia de subsídios do Estado, uma ajuda que tem vindo a cair e que, actualmente, é a mais baixa desde Outubro de 2001. Em dois anos, a taxa de cobertura dos desempregados (percentagem de pessoas que beneficiam de subsídio) caiu de 63,25% para 55,72%.
Na fase mais aguda da crise em Espanha, a taxa de cobertura chegou a atingir os 80,88% (ou seja, quatro em cada cinco desempregados).
As prestações contributivas (desemprego de longa duração e regresso ao emprego) foram as que mais caíram: uma redução de 22,6%. Este tipo de apoio já só representa 40,8% do total, enquanto as prestações assistenciais já representam 59,2%.
Por outro lado, não só há menos beneficiários como também menos dinheiro por cada beneficiário. O apoio do Estado espanhol a cada desempregado situa-se nos 811,8 euros por mês, uma descida de 4,7% num ano e de 11,4% em dois anos.