Empresas esperam que as exportações de bens cresçam 1,4% este ano

Perspectivas das exportadoras portuguesas são de quase estagnação das vendas de bens para fora da União Europeia.

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De Janeiro a Novembro de 2015, as exportações de bens cresceram cerca de 4% Daniel Rocha

As empresas estão a prever um crescimento mais moderado das exportações de bens este ano, perspectivando uma variação de 1,4% em relação ao ano passado, segundo o inquérito divulgado nesta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que ouviu as empresas em Novembro e Dezembro.

As perspectivas são de abrandamento das vendas ao mercado externo, comparativamente ao crescimento de 3,4% previsto para 2015 (feito em Maio e Junho, com respostas de 2957 empresas exportadoras, cerca de 90% das exportações de bens portugueses).

Agora é a primeira vez que as empresas são questionadas sobre as perspectivas das exportações para 2016. O inquérito refere-se apenas às vendas de bens para o mercado externo e não ao universo total das exportações, onde se incluem os serviços (nomeadamente o turismo, que tem sido determinante para evitar um défice na balança comercial).

Nas projecções macroeconómicas do Governo, que já incluem os bens e os serviços, o crescimento previsto para este ano é de 4,9%, também inferior à variação de 5,9% estimada para 2015.

Excluindo o segmento dos combustíveis e lubrificantes, as perspectivas das empresas para 2016 apontam para um aumento de 3,2% nas exportações de mercadorias. Estas perspectivas, sublinha o INE, referem-se a “variações nominais traduzindo, portanto, o efeito combinado das variações esperadas de preços e de quantidades. No caso particular dos combustíveis e lubrificantes, os preços observados têm-se caracterizado por volatilidade e amplitudes de variação muito elevadas”.

Com o abrandamento das economias emergentes, as expectativas de crescimento das vendas para os países de fora da União Europeia continuam a ser menores do que para o mercado comunitário.

As empresas prevêem que, para os parceiros da União Europeia, haja um aumento de 1,8% das exportações, com as vendas ao exterior de produtos alimentares e bebidas a subirem 6% e as máquinas, outros bens de capital e acessórios a apresentarem um aumento de 5,1%.

Já para os mercados extracomunitários, os aumentos das exportações “pouco oscilam”. As empresas esperam um crescimento de apenas 0,1%. Ainda que em relação às máquinas, outros bens de capital e acessórios, as empresas apontem para uma variação de 10,4%, a previsão para material de transporte e acessórios é negativa, com as empresas a perspectivarem uma redução de 3,8%. Um dos países para onde se regista uma forte contracção das exportações é Angola, o segundo mercado de destino fora da Europa (depois dos Estados Unidos), com uma queda a rondar os 30% (até Novembro do ano passado).

Só na próxima terça-feira serão publicadas as estatísticas do conjunto dos 12 meses de 2015. Os números mais recentes, relativos ao período de Janeiro a Novembro, mostram que as exportações de bens cresceram cerca de 4%. O total exportado é de 46.208 milhões de euros, mais 1802 milhões do que nos 11 primeiros meses de 2014.

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