Dezenas de trabalhadores da Portway em protesto no aeroporto de Lisboa

Em causa está o despedimento colectivo de mais de 200 pessoas.

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Empresa prepara despedimento colectivo. Melanie Maps

Dezenas de trabalhadores da Portway, em processo de despedimento colectivo, promoveram nesta segunda-feira uma acção de protesto em frente às instalações do aeroporto de Lisboa para apelar a uma intervenção política e inspectiva que trave o processo de despedimento.

O secretário-geral da CGTP-IN, Arménio Carlos, juntou-se ao protesto e apelou à união dos trabalhadores para continuarem a luta pelos postos de trabalho e condenou a "linha de desregulação das funções de trabalho" que se está a verificar nos aeroportos de Portugal.

O despedimento colectivo de 257 trabalhadores da Portway surge na sequência do fim da prestação de serviços de 'handling' (assistência nos aeroportos) à companhia aérea Ryanair em Faro, Lisboa e Porto, estando desde o dia 14 agendadas greves ao trabalho suplementar em dia útil, em dia de descanso semanal e em dia de descanso semanal complementar, e por tempo indeterminado.

"É uma situação vergonhosa que põe em causa a própria imagem do país", afirmou o sindicalista em declarações à Lusa, apelando a uma intervenção política para travar este processo e classificando como " fundamental" uma intervenção "imediata" das entidades inspectivas sobre esta "barbaridade" contra os trabalhadores.

Arménio Carlos falou ainda da importância dos trabalhadores a despedir para a segurança do aeroporto: "Hoje, mais do que nunca, os aeroportos são alvo de grande movimentação e de situações que não desejamos e queremos eliminar. Estes trabalhadores [que vão ser despedidos], na sua acção diária, têm uma sensibilidade apuradíssima para as questões de segurança. Desperdiçar este valor é um erro e esperamos que não se venha a pagar por este erro no futuro".

Segundo a Portway, no aeroporto de Faro estão em causa 26 trabalhadores a tempo inteiro e 28 a tempo parcial (40 postos de trabalho), em Lisboa 61 a tempo inteiro e 20 parcial (71 postos de trabalho) e no Porto 76 a tempo inteiro e 46 trabalhadores a tempo parcial (99 postos de trabalho parcial).

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