Decisão sobre greve nos transportes adiada para a próxima semana

Sindicatos do sector público dos transportes reuniram na sexta-feira, mas não chegaram a acordo sobre a paralisação nacional.

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Da reunião que juntou sindicatos independentes, sindicatos afectos à UGT e à CGTP, não saiu, como estava previsto, um consenso sobre a greve nacional.

“Para já não há acordo”, disse o coordenador da Fectrans ao PÚBLICO, José Manuel Oliveira, acrescentando que, “o mais tardar terça-feira, deverá haver novidades”.

Sobre o dia de luta nacional apontado para Agosto, o coordenador do Sitra, Sérgio Monte, disse que “há alguns sindicatos que não estão em condições de avançar já com uma luta”.

Em causa estão as formas distintas de convocação de greve entre os vários sindicatos, sendo que uns têm que convocar plenários, outros que consultar os trabalhadores, exemplifica o sindicalista.

José Manuel Oliveira reforça a ideia e explica que, como cada organização tem o seu ritmo, há dinâmicas diferentes em cada processo, "o que condiciona a tomada de decisões”.

Para o dirigente do Sitra, é preciso saber “quantas empresas do sector empresarial do Estado podem aderir ou não”, para que se defina “se vale a pena” avançar com a acção. “A ideia de convergir lutas é comum, sobre a forma como se lá chega é que há várias opiniões”, afirma o coordenador da Fectrans sobre as “divergências” quanto à forma de protesto.

A greve nacional pretendia contar com os trabalhadores das empresas públicas de transportes como Carris, Metro do Porto, Transtejo, CP, TAP, STCP, entre outras, mas Sérgio Monte diz que não vai ser possível juntar todos.

“Queríamos demonstrar à opinião pública que o objectivo das greves não é prejudicar os utentes”, explica o sindicalista, aclarando que “uma greve em Agosto iria prejudicar menos os utentes porque há menos passageiros”. O responsável considera também importante “mostrar à opinião pública que as situações de privatização seriam ainda mais prejudiciais para o contribuinte”.

Depois da reunião entre sindicatos do dia 7 de Julho, em que começou a ser equacionada um dia de paralisação nacional no sector dos transportes, sindicatos da Carris e Metro Lisboa desconvocaram a greve marcada para 15 de Julho.

O intuito do protesto é “tentar travar os processos de privatização, fusão e concessão” no sector público dos transportes. Até terça-feira os sindicatos deverão tomar uma decisão.

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