Ainda não há data para a reabertura dos bancos cipriotas

Ministro das Finanças cipriota não quis comprometer-se com uma data, numa altura em que os levantamentos estão limitados a 120 euros.

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Levantamentos estão mais limitados, tendo passado de 260 para 120 euros diários AFP PHOTO /PATRICK BAZ

Dez dias depois do encerramento forçado dos bancos em Chipre, ainda não há uma data calendarizada para que reabram as portas. Existia a expectativa de que esse passo fosse dado já esta terça-feira, mas com a aprovação do plano de resgate ao país (que passa pela reestruturação das duas maiores instituições financeiras), o ministro das Finanças não quis comprometer-se com um calendário.

Michalis Sarris recusou-se a avançar com uma data concreta para a reabertura dos bancos, afirmando que tal acontecerá “assim que possível”, noticiou a AFP. “Será necessário encontrar um equilíbrio entre a prudência e a estabilidade”, acrescentou o ministro das Finanças de Chipre, durante a conferência de imprensa em que foi anunciado o resultado das negociações com o Eurogrupo, a partir de Bruxelas.

Por sua vez, Jeroen Dijsselbloem, presidente do Eurogrupo e ministro das Finanças de Holanda, referiu que a decisão será tomada “o mais rapidamente possível”, embora tenha assumido que não pode ainda “dizer quando é que [a reabertura dos bancos] acontecerá”.

O encerramento forçado das instituições financeiras no país foi decretado há dez dias para evitar a fuga de capitais e de depósitos, o que provocaria graves consequências económicas. A medida foi tomada depois de ter sido anunciado um plano inicial, chumbado posteriormente pelo Parlamento de Chipre, que passava pela criação de um imposto extraordinário sobre todos os depósitos bancários (6,7% para os montantes inferiores a 100 mil euros e 9,9% para os superiores).

Na madrugada desta segunda-feira, o país fechou as negociações com o Eurogrupo para avançar com um plano de resgate que afectará apenas os depositantes acima de 100 mil euros, os accionistas e os detentores de títulos do Laiki, o segundo maior banco do país. Esta instituição será desmantelada, estimando-se que esta medida represente 4200 dos 7000 milhões que os bancos vão ter de gerar para escapar à falência.

Os depósitos inferiores a 100 mil euros vão ser transferidos, a par dos activos “sãos” do Laiki, para o Banco de Chipre, que será reestruturado com o objectivo de construir um núcleo duro de capitais próprios de 9% dos activos totais.

As incertezas quanto à reabertura dos bancos no país surgem numa altura em que os levantamentos nas caixas automáticas estão ainda mais limitados. No sábado, o Banco de Chipre impôs um novo tecto máximo de 120 euros por dia, enquanto o Laiki fixou o limite em 100 euros, quando anteriormente a fasquia estava nos 260 euros diários.

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