China volta a preocupar e mercados voltam a cair

Queda nos indicadores de actividade industrial alimenta os receios sobre o desempenho da economia chinesa.

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Receios de que a economia chinesa não consiga atingir a meta de crescimento anual de 7% agrava-se. REUTERS/Stringer

O indicador de actividade industrial na China atingiu o ponto mais baixo desde 2009, avolumando as preocupações sobre o real desempenho da economia.

À notícia da pior actividade industrial desde o início da crise, os mercados reagiram com uma abrupta queda que se iniciou na região da Ásia e Pacífico e se alastrou aos continentes Europeu e Norte-Americano.

O índice PMI, elaborado conjunto pela Caixin e pela Markit (duas companhias de informação financeira), caiu para 47,1 pontos, o que significa que atinge o valor mais baixo em mais de 6 anos. O indicador serve para medir as condições de uma economia e uma classificação abaixo dos 50 pontos indicia uma contracção. Em Julho, o índice publicado mensalmente situava-se nos 47,8 pontos.

No documento, o economista-chefe da Caixin Insight Group, He Fan, escreveu que o índice “caiu ainda mais do mínimo de dois anos registado em Julho, indicando que a economia ainda não entrou em processo de recuperação”. No entanto, o economista realça que o risco sistémico está sob controlo e que a estrutura económica do país está a melhorar.

De acordo com o índice publicado nesta sexta-feira, deu-se também uma aceleração da queda em novas encomendas à indústria, provenientes tanto da procura doméstica como do estrangeiro. Também se registou uma quebra no emprego.

A perspectiva de que a economia chinesa não consiga atingir o ritmo de crescimento anual de 7% previsto por Pequim para 2015 agrava-se e levou a um tombo nos mercados bolsistas.

 A reacção à queda nas bolsas chinesas desde Junho e a sucessiva desvalorização o yuan na semana passada já espelhavam a exposição dos mercados ao que se passa na segunda maior economia do mundo. Indicadores como os publicados nesta sexta-feira e o fraco desempenho das exportações em Julho aumentam a apreensão.

Arrastados pela previsão, as bolsas do mercado chinês fecharam em perda na sessão desta sexta-feira. Os dois principais índices, Xangai e Shenzen, encerraram o dia a cair 4,21% e 4,57% respectivamente. No mesmo sentido, mercados asiáticos como o Nikkei japonês, encerraram no vermelho.

Na Europa, a juntar às réplicas do abalo chinês, a sessão foi também afectada pela situação na Grécia. O PSI-20 fechou a perder 2,73%, Londres caiu 2,83% e Frankfurt desvalorizou 2,95%.

Também os mercados bolsistas norte-americanos negoceiam no vermelho.  

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