CGTP diz que Governo confirmou que cortes nos salários e pensões são para ficar

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Arménio Carlos descreveu a manifestação de sábado como “uma panela de pressão que rebentou” Foto: Nuno Ferreira Santos

O secretário-geral da CGTP considera que o Governo confirmou nesta terça-feira que os cortes temporários nos salários e nas pensões “vão ser tornados definitivos” e exigiu que esclareça o que está a preparar para que os portugueses possam votar em consciência.

“Já percebemos que o dinheiro que o Governo diz que não tem para atribuir em prestações sociais aos desempregados sobra para fazer despedimentos na Administração Pública. Por outro lado, o Governo confirmou que os cortes que eram provisórios, nos salários e nas pensões, vão ser tornados definitivos”, disse hoje Arménio Carlos aos jornalistas, na sede da CGTP, em Lisboa.

O Governo anunciou hoje que vai aplicar cortes de 1.400 milhões de euros em 2015 para cumprir a meta do défice desse ano, de 2,5%. Numa conferência de imprensa a seguir à reunião extraordinária do Conselho de Ministros, a ministra de Estado e das Finanças, Maria Luís Albuquerque, afirmou ainda que as medidas duradouras a aplicar sobre pensionistas e funcionários públicos vão ser apresentadas ainda este mês, devendo ser aplicadas para o ano, e que o Executivo prevê arrecadar 180 milhões de euros com a "redução do número de funcionários públicos, mas através apenas de processos de aposentações e rescisões amigáveis.

No encontro com jornalistas, que se seguiu à reunião do Conselho Nacional da CGTP, Arménio Carlos criticou o facto de o Executivo não ter explicado com que medidas pretende alcançar as poupanças: “Hoje foram anunciadas medidas genéricas, o que precisamos de saber são as medidas concretas que o Governo está a esconder propositadamente”, afirmou.

O responsável afirmou também que a central sindical quer que o Governo suba o salário mínimo nacional de 485 euros para 515 euros a 1 de Junho mas “sem qualquer tipo de contrapartidas”.

“O que nós queremos é uma discussão séria sobre estas matérias e estas matérias têm de ser discutidas antes das eleições e não depois. Os compromissos têm ser assumidos antes para que cada um diga o que quer fazer e os portugueses possam decidir a 25 de maio [nas eleições europeias]”, disse Arménio Carlos, que se distanciou da posição da UGT, que defendeu que o eventual aumento do salário mínimo só deve ser negociado após as europeias.

 

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