Bancos contam apertar critérios para conceder empréstimos ao consumo

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Spreads dos empréstimos a grandes empresas aumentaram no início do ano Foto: Miguel Dantas

Os critérios para os bancos aprovarem um empréstimo ao consumo deverão ser ainda mais apertados no segundo trimestre e manter-se idênticos para o crédito à habitação. O cenário é antecipado pelas instituições bancárias portuguesas, para quem o aumento do custo do financiamento nos mercados está levar a uma menor injecção de liquidez na economia.

A expectativa dos grupos bancários que responderam ao Inquérito aos Bancos sobre o Mercado de Crédito, do Banco de Portugal, divulgado nesta quinta-feira, é de que as pequenas e médias empresas (PME) aumentem a procura de crédito entre Abril e Junho – com maior expressão nos pedidos de empréstimos de curto prazo.

Neste período, ao contrário do que é a previsão para a concessão de crédito ao consumo, que deverá sofrer novas restrições, os bancos contam que se mantenham os mesmos critérios para aprovar empréstimos ou linhas de créditos às empresas.

Isto não significa que os critérios sejam menos apertados. O que o inquérito revela é a perspectiva de não serem aplicados “critérios mais restritivos”, o que, tendo em conta os resultados do primeiro trimestre, indicia que as condições exigentes nos contratos se mantenham.

Os cinco bancos inquiridos, que o supervisor liderado por Carlos Costa não identifica, aumentaram, no último trimestre, os spreads aplicados nos empréstimos, em particular no crédito às grandes empresas.

Já os critérios para os bancos aprovarem empréstimos ao consumo deverão agravar-se, depois de três meses que foram já “ligeiramente mais restritivos” do que o final do ano passado. Três dos cinco grupos bancários prevêem “um ligeiro acréscimo das restrições à concessão de crédito para consumo e outros fins”, enquanto os outros dois não antecipam mudanças.

Com a economia em contracção, os bancos notam que, nos primeiros três meses do ano, houve uma avaliação mais negativa dos riscos associados “à validade das garantias” exigidas para aprovarem um empréstimo e à capacidade de os consumidores assegurarem o pagamento da dívida contraída.

Também no crédito à habitação a maior exigência levou a um aumento do spreads nos empréstimos de maior risco entre Janeiro e Março. Mas a maioria dos bancos (três) não espera maiores restrições neste e nos próximos dois meses. Dois bancos contam que “os critérios seguidos na sua aprovação se tornem apenas ligeiramente mais restritivos”.

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