Air France corta mil postos de trabalho em 2016, ano seguinte em aberto

Administração do grupo Air France KLM deposita no desfecho das negociações com os sindicatos a possibilidade de novos cortes para 2017. Plano passava por eliminar 2900 postos em dois anos.

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AFP PHOTO / KENZO TRIBOUILLARD

A Air France-KLM vai cortar menos de mil postos de trabalho no próximo ano, um número inferior aos 2900 anunciados previamente pelo grupo para o biénio 2016/2017.

O presidente da companhia, Alexandre de Juniac, explicou aos microfones da rádio francesa RTL, neste domingo, que o processo será conduzido através de “saídas voluntárias” e que, em 2016, está previsto que saia “menos de um terço” dos 2900 trabalhadores.

Apesar dos protestos que motivou, com a invasão de uma reunião e agressão a dois dirigentes da Air France por parte dos trabalhadores, a implementação de um plano B de reestruturação do grupo francês “está lançada”, garantiu o executivo.

No plano prévio, o grupo Air France KLM propôs aos trabalhadores o aumento das horas de voo anuais sem qualquer compensação salarial e a redução das folgas, como forma de evitar medidas mais drásticas. Mas estas foram rejeitadas por todos os sindicatos.

Na sequência, a administração anunciou um plano B, de reestruturação, que envolvia, até 2017, a supressão de rotas, a venda de aeronaves e o corte de 2900 trabalhadores.

Segundo Juniac, a primeira fase deste plano está em andamento e significa que pouco menos de um milhar de trabalhadores vai deixar a companhia no próximo ano. Para o presidente do grupo, novos cortes em 2017 dependem da evolução das conversações sobre medidas de poupança alternativas que estão a decorrer com os sindicatos.

Já na quinta-feira, o conselho de administração da Air France KLM tinha depositado nas negociações com os sindicatos a possibilidade de conservar postos de trabalho e rotas.

A Reuters refere que o tom conciliatório da companhia segue-se aos comentários feitos pela equipa ministerial francesa, nomeadamente pelo primeiro-ministro Manuel Valls, que afirmou que os despedimentos não são a única forma de ajudar as companhias a recuperar o terreno perdido para as low-cost e para as transportadoras aéreas asiáticas.

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