A Europa terá de “trabalhar no duro” para manter o modelo social, diz Merkel

A chanceler da Alemanha deu uma entrevista ao diário britânico Financial Times, na qual defende o investimento em investigação e educação.

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Micahel Gottschalk / AFP Photo

A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, considera que a Europa terá de “trabalhar no duro” para manter o seu muito desenvolvido sistema de benefícios sociais.

“Se a Europa representa hoje pouco mais de 7% da população mundial, produz cerca de 25% do PIB global e tem de financiar 50% da despesa social global, então é evidente que vai ter de trabalhar no duro para manter a sua prosperidade e modo de vida”, disse Merkel numa entrevista publicada na edição desta segunda-feira do Financial Times.

“Todos nós temos de deixar de gastar mais do que ganhamos no ano”, acrescentou. Este diário financeiro britânico diz que Merkel ficou a um passo de sugerir que um tecto para a despesa social pode ser um critério para medir a competitividade, mas acrescenta que ela acabou por sugerir como critério o crescimento da despesa social ligado ao envelhecimento da população.  

A chanceler alemã argumenta que a chave para a capacidade de sobrevivência da Europa ao desafio da globalização é gastar mais em investigação e educação e rever os impostos e mercado de trabalho para restaurar a competitividade.

E argumentou que, mesmo que um país controle a dívida e o défice, mas consagre todo o orçamento à despesa social e nada para a investigação, criará más condições para que as empresas sejam competitivas ao nível global.

Na cimeira da semana passada em Bruxelas, Merkel não conseguiu impor completamente ao Presidente da França, François Hollande, o seu ponto de vista de que a competitividade deveria ser a prioridade absoluta da zona euro. Hollande insistiu em que os futuros contratos para a “competitividade e crescimento” não seriam obrigatórios para todos os membros da zona euro.
 
 

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