I Est Art Fair recebeu 10 mil visitantes e organização faz balanço positivo

Segunda edição da feira tem já data marcada: 9 a 12 de Julho de 2015.

Foto
A fotografia Feedback situation, de Dennis Oppenheim, uma das obras expostas no Estoril

A feira decorreu entre quinta-feira e domingo, com a participação de 35 galerias, 14 de Portugal e as restantes de Espanha, do Brasil, da Colômbia, de França, da Alemanha, do México, do Reino Unido e dos Estados Unidos.

Contactado pela agência Lusa, Luís Mergulhão, responsável pela organização, fez um balanço "muito positivo" da primeira edição da feira, que terá continuidade em 2015, e data já marcada para 9 a 12 de Julho, "com o mesmo modelo e dimensão".


"O modelo desta feira provou ser bastante forte, não apenas na afluência do público, mas na quantidade de artistas, curadores e coleccionadores nacionais e estrangeiros que a visitaram", observou Luís Mergulhão. Sobre as vendas, o responsável pela feira disse que os valores "nunca são revelados, porque são sigilosos, negociados entre as galerias e os seus clientes, mas quem esteve presente disse que foram muito positivos e corresponderam às expectativas".

O objectivo da organização é manter a Est Art Fair como "feira do futuro", na mesma escala, a decorrer "com tempo e espaço", um tema transversal – que nesta primeira edição foi o desenho – e com programação paralela, divulgação de livros de artista, debates e exposições.

Sobre algumas observações de galerias contactadas pela Lusa de que haverá "pontos a afinar", Luís Mergulhão respondeu que a segunda edição irá manter o modelo, "mas serão feitas melhorias, será diferente". "É muito importante que Portugal continue a ter uma feira de arte internacional, porque tem artistas e agentes reputados nacional e internacionalmente. A crise afectou o país, mas não afectou a capacidade criativa", comentou, acrescentando que a cena da arte contemporânea "existe a nível global e constitui um grande investimento, mais seguro do que os produtos financeiros".

Luís Mergulhão acrescentou que a ideia era "não repetir o modelo anterior, porque estava esgotado", referindo-se à ARTE Lisboa, da responsabilidade da AIP – Feiras, Congressos e Eventos, da Associação Industrial Portuguesa, em parceria com a Associação Portuguesa de Galerias de Arte (APGA), que concretizou onze edições consecutivas.

Única feira de arte contemporânea do país, a ARTE Lisboa chegou a receber cerca de 20 mil visitantes, e realizou-se até 2011. Foi cancelada em 2012, também devido à conjuntura económica desfavorável no sector, justificou na altura a organização.

A Est Art Fair, que conta com o apoio da Câmara Municipal de Cascais, teve curadoria dos portugueses Delfim Sardo e Filipa Oliveira, e ainda do brasileiro Moacir dos Anjos, curador-geral, em 2010, da Bienal de Arte de São Paulo.

No último dia da feira, domingo, o galerista Carlos Carvalho, de Lisboa, avaliou, em declarações à Lusa, que a Est Art Fair "teve um nível mais elevado do que a antiga ARTE Lisboa, que chegou a ser grandiosa, mas acabou por decair quando algumas galerias importantes decidiram sair do projecto". "Esta feira é um contributo positivo depois do interregno e do fim da outra feira. Espero que tenha continuidade, porque o comité de selecção tem competência", acrescentou o galerista, concordando que as 35 galerias "é uma boa dimensão para começar".

Para Carlos Carvalho, que considerou a afluência de público e as vendas "razoáveis", há "algumas melhorias a fazer no futuro, por exemplo, em relação à organização dos espaços das galerias".

Para Pedro Oliveira, galerista do Porto e um dos convidados a fazer parte do comité de selecção desta primeira edição da feira, "o balanço é positivo, sobretudo na qualidade das obras apresentadas e visitas de coleccionadores". "Há pontos a afinar, na preparação e na divulgação, mas o importante é que Portugal fica no mapa das feiras internacionais de arte contemporânea", sublinhou.