Em todos os recantos de Alfama se ouvirá fado

Esta sexta e sábado, Alfama vai ser ainda mais fado do que o habitual com o festival Caixa Alfama, com nomes como Ana Moura, Carminho ou Gisela João, cantando pelos mais diversos espaços daquele bairro lisboeta.

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Ana Moura na edição do ano passado

Durante duas noites, esta sexta e sábado, todos os recantos do bairro de Alfama irão respirar fado. Aquele bairro de Lisboa não é o único onde o fado sai das janelas do casario – na Mouraria, Bairro Alto, Madragoa, Calvário ou Alcântara também se vive o fado de forma especial – mas ali tem um peso simbólico específico. No imaginário colectivo é ali, nas suas ruas, tabernas, casas de fado ou sociedades recreativas, que o fado brota.

O ano passado, na primeira edição do festival Caixa Alfama, foi isso que realmente aconteceu, com milhares de pessoas circulando por entre os espaços do evento, para ouvir um conjunto alargado de fadistas, entre consagrados, históricos ou emergentes. Este ano o ritual vai repetir-se naquele que promete ser a edição da consolidação, com mais de 40 fadistas, espalhados por onze palcos. Se acontecer como no ano transacto será no palco Caixa, junto ao rio Tejo, que se concentrará parte significativa da assistência, que terá à sua disposição bilhetes únicos a 35 euros, que deverão ser trocados por uma pulseira no Museu do Fado.

Não surpreende que o palco Caixa seja o mais atractivo, visto que é aí que se concentrarão as figuras mais mediáticas do festival. Na sexta actuam Ana Moura com António Zambujo, bem como Ricardo Ribeiro e Katia Guerreiro, enquanto sábado entrarão em acção Carminho, Jorge Fernando e também Gonçalo Salgueiro.

Uma das novidades da edição do corrente ano será o palco Caixa Futuro, na Sociedade Boa União, que dará oportunidade a novos fadistas com menos de 18 anos. Outro destaque será uma homenagem a Fernando Maurício, no sábado à noite, no Centro Cultural Dr. Magalhães Lima, com nomes como Victor Miranda, Jaime Dias, Ana Maurício, Conceição Ribeiro ou Luís Duarte.  

Uma série de figuras que constam do cartaz na edição do corrente ano são repetentes, embora desta feita actuando em lugares diferenciados. É o que acontece com Gisela João e Pedro Moutinho, que estarão sexta no Centro Cultural Dr. Magalhães Lima, ou Aldina Duarte e Cuca Roseta, que cantarão no largo das Alcaçarias.

Quem gosta de tangentes entre fado e outras famílias musicais também foi contemplado. O pianista de jazz Júlio Resende (sábado, Museu do Fado), que o ano transacto editou um álbum à volta de Amália Rodrigues, foi convidado para reinterpretar ao piano temas da fadista, enquanto a cantora do grupo Deolinda, Ana Bacalhau (sexta, no Grupo Sportivo Adicense), foi desafiada a seleccionar e cantar fados do seu gosto.

Se mesmo assim, por entre as muitas hipóteses de circulação, que se estendem também pelas igrejas de São Miguel e Santo Estevão, o que desejar for mesmo o espaço exterior, existe sempre a alternativa de ficar junto ao Largo do Chafariz de Dentro. Ali, a partir das janelas do casario, far-se-ão ouvir fados e guitarradas.

 

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