A noite em que Salif Keïta vestiu a camisola de Cesária Évora
O hoje polémico músico maliano foi o grande trunfo (e o grande triunfo) do 13.º Kriol Jazz Festival, coroando uma semana em que a Praia voltou a transfigurar-se como capital das músicas do mundo.
Salif Keïta sempre viu em Cabo Verde “um planeta à parte” e talvez nunca como agora a insularidade do arquipélago lhe tenha parecido uma benesse tão balsâmica. Figura lendária da música maliana – tanto pela voz de ressonâncias incomparáveis como pelo meteórico percurso de superação de uma condição cruelmente estigmatizada em África, o albinismo –, a sua cumplicidade com a junta militar que hoje governa o país onde nasceu trouxe-lhe dissabores profissionais, sobretudo num mercado crucial como França. Mas nada disso é assunto na Cidade da Praia, onde na abertura do 13.º Kriol Jazz Festival, na noite de sexta-feira, foi festejado e reverenciado por uma multidão disposta a pagar-lhe em dobro a amizade com Cesária Évora, a grande heroína nacional com quem em 2002 gravou Yamoré.
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